Armazenamento de grãos: alunos de Minaçu automatizam processo com redução de perdas

A produção de grãos – que na atual safra (2018/19) deve superar as 238 milhões de toneladas – convive com vários gargalos. Um deles está no transbordo dos caminhões para a moega, que integra todo o processo de industrialização, envolvendo seleção, limpeza e embalagem.

Com o objetivo de reduzir perdas e otimizar o processo, o professor de eletromecânica da unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) da cidade goiana de Minaçu, Jonhy Feitosa, desenvolveu ao lado dos alunos Flávio Silva, Artur Mendes e Júnior César Melo, um sistema que ao analisar a corrente elétrica do motor do elevador, controla a abertura e o fechamento da comporta para manter a carga do equipamento sempre no nível adequado.

“O projeto é voltado para ambientes que trabalham no armazenamento de grãos. A gente tem é o processo que faz o descarregamento dos caminhões, é uma espécie de elevador hidráulico gigante que eleva o caminhão e o caminhão vasculha esses grãos dentro do reservatório que a gente conhece como moega. E aí desse reservatório, para drenar os grãos eles usam um elevador que a gente conhece como elevador de caneca”, explica Feitosa, frisando que nesse compartimento, os graneis passam por uma abertura afunilada e são transportados por uma esteira chamada de elevador de canecas até o local onde ficam armazenados.

A comporta é o equipamento responsável por controlar a quantidade de grãos que passam pelo elevador de canecas. O problema é que isso é feito de forma manual, portanto não existe controle na vazão dos materiais. E segundo Johny Feitosa, isso pode trazer vários prejuízos às empresas. “Isso aí gera uma série de problemas. Sobrecarga no elevador, faz com que queime o motor elétrico do elevador com frequência, perda de produção, eleva o custo de manutenção, gera riscos de acidentes que o operador vai estar em constante contato com uma comporta que tem um acionamento manual. E aí o projeto é voltado para resolver esse problema. Então o projeto é a automação do controle da abertura e do fechamento dessa comporta que faz o controle da vazão dos grãos”, defende.

Quando o elevador está sobrecarregado, a comporta por onde passam os grãos é fechada aproximadamente 10% a cada minuto. Quando a carga está baixa, o local é aberto cerca de 10% por minuto até encontrar a vazão de grãos ideal. Ao ser desligado, o elevador de canecas tem o local por onde os granéis passam fechado totalmente para evitar travamentos na partida do elevador.

Um dos alunos que participou do projeto, Flávio Silva, destaca a importância do trabalho em equipe realizado entre os alunos e os orientadores. “Foi um conjunto entre nós alunos e os orientadores. Nós reunimos, escolhemos a ideia, passamos cerca de um mês montando toda a parte financeira, toda a parte teórica. Acho que a gente decidiu isso em um mês e pouco, todo dia a tarde para poder montar todo o projeto”, afirma. O estudante também classificou a interação com outros cursos fundamental para o projeto ser bem-sucedido. “Teve a integração de outros cursos porque era necessário. Como era mais na parte elétrica, necessitava de pessoas da parte da mecânica para dar ideia, dar opinião também”, diz.

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