Na propriedade da família Santos Passos a colheita está na reta final. A preocupação agora é com a qualidade dos frutos que estão nos terreiros. Suzana e Wilson Passos conduzem as lavouras há mais de 40 anos no bairro do Cambuí, área rural de Muzambinho (MG).
A quebra na safra deste ano é maior que os cafeicultores esperavam. a qualidade da bebida e pode surpreender para bons lotes, como explica o técnico agrícola Wilson Passos cuida da sua propriedade ele explica a questão do déficit “tivemos uma estiagem grande e as plantas ainda não se recuperaram, tempos uma preocupação com a próxima safra, é possível notar em algumas plantas que já há pequenos botões, e a colheita ainda não foi feita. Se retirarmos os frutos dessa safra afetamos a próxima”, fala o cafeicultor.
A certificações é quem trazido alento aos produtores, pois com ela o mercado para comercialização fica mais amplo. Mas é um trabalho burocrático que exige dedicação e tempo. Com a demanda e as exigências aumentando, Suzana trouxe a irmã da capital mineira para ajudar nas atividades. “A Soraia é veterinária, mas foi criada aqui na propriedade de café, tem me ajudado muito na rotina do escritório, em um momento que as certificações ampliaram as planilhas que precisamos preencher em dia para mantermos em dia a parte dos documentos. Além do cuidado com o terreiro que não podemos descuidar, explica Suzana.
Para Soraia, que retomou as atividades na cafeicultura durante a pandemia “tem muita coisa que foi modernizada, mas claro que o essencial eu não perdi. Mas vejo que a documentação com relação as praticas ambientais que já fazíamos aqui com meu avô agora precisam estar no papel, tudo comprovado e isso exige muito tempo, são horas com as planilhas…“, falou Soraia.
Além da preocupação com a sustentabilidade, rastreabilidade agora é hora de ficar focado na qualidade. A propriedade faz cafés especiais, e a delicadeza feminina no terreiro no pós-colheita faz a diferença na xícara “ temos aqui no terreiro o momento mais intenso de cuidado com os grão antes de seguirem para a torra e moagem… com a pandemia a concorrência dos cafés especiais aumentou, o consumo de cafés de qualidade também, e nessa safra qualidade também representa lucratividade, fala Suzana.
Na propriedade da cafeicultora Maria Julia os desafios da colheita este ano tem sido a maturação desigual “em algumas lavouras em Nova Resende precisei parar a colheita para aguardar a maturação. Na propriedade de Muzambinho que fica no bairro do Moçambo foi uma beleza, os grãos estavam bem uniformes, vermelhos intenso. A lavoura é assim cada área tem sua característica. Mas uma coisa é comum a todas esse ano, tivemos quebra de safra, mas na xícara, as provas que já fiz estão excelentes. Temos os desafios dos cultos que subiram muito e a mão de obra que se tornou escassa“, falou a cafeicultora.
Maria Julia também investiu em certificação: “Por aqui a certificação nos ocupou muito tempo, é um processo que nos leva a ampliação de mercado, mas exige do cafeicultor disciplina. Para essa safra investimos também em energia renovável, com os painéis solares o que tem como objetivo garantir a energia para os secadores e também fazer economia”, explicou.
Texto e fotos: Valéria Vilela