ESPECIAL – Entidades se unem pelo agro e pela Amazônia

Nos últimos dias, várias iniciativas vem sendo tomadas com a finalidade de esclarecer a população brasileira sobre aspectos relacionados ao agronegócio. A meta é melhorar a comunicação do agro com a sociedade. Nesse sentido, duas iniciativas se destacam, com motivações diferentes e, portanto, com soluções específicas.

Uma é a campanha “Seja Legal com a Amazônia”, que foi lançada em 6 de agosto, e outra envolve ação impetrada pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), com a finalidade de obter espaço e direito de resposta em defesa do agro no canal GNT. 

Lançada por ocasião do Dia da Amazônia, a campanha “Seja Legal com a Amazônia” tem como objetivo exigir medidas efetivas dos poderes públicos, como a realização de operações para combater o roubo de terras públicas e a constituição de uma força-tarefa da Justiça Federal, apoiada pelo Executivo, Legislativo e Ministério Público, com o objetivo de promover a resolução de conflitos fundiários nessas localidades. Ação inicial foi realizada no Parque Tenente Siqueira Campos, conhecido como Parque Trianon, e mobilizou atores, figurantes e uma estrutura que simulou o fechamento do local. Segundo a encenação, o parque seria loteado e vendido para se transformar em um novo empreendimento imobiliário na Avenida Paulista. O objetivo da ação, no coração da maior cidade do país, foi justamente chamar atenção do Brasil para o que ocorre na Amazônia com a grilagem de terras. 

Entre seus objetivos estão apoiar a Força-Tarefa Amazônia, criada em 22 de agosto de 2018 pelo Ministério Público Federal; acabar com o desmatamento em áreas públicas; criar uma força-tarefa para promover a destinação para conservação e usos sustentáveis das florestas públicas não destinadas; criar uma força-Tarefa da Justiça Federal, apoiada pelo Executivo, Legislativo e Ministério Público, com o objetivo de promover a resolução de conflitos fundiários nas terras públicas; e manter as atuais unidades de conservação do País.

O coletivo que assina a campanha, formado por representantes do agronegócio, das empresas e da sociedade civil, identificou que a preocupação com a ilegalidade na Amazônia é comum a todos esses setores. O presidente do conselho diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e porta-voz da campanha, Marcello Brito, acredita que a questão ambiental é fundamental para garantir a competitividade dos produtos brasileiros no mercado nacional e internacional: “Queremos mobilizar a sociedade para esse grave problema, que ainda não é conhecido pela maioria dos brasileiros. O poder público precisa intensificar o combate ao mercado clandestino de terras e inibir a ação dos criminosos. O agronegócio está sendo prejudicado por quadrilhas que atuam na ilegalidade, manchando a reputação do setor, aumentando a insegurança jurídica e a concorrência desleal para produtores e empresas”, defende Brito.

Além do presidente da Abag, a campanha também tem André Guimarães, representante da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e diretor-executivo do Instituto de Pesquisa da Amazônia (IPAM), como porta-voz da campanha. “O desmatamento ilegal é ofensivo ao meio ambiente, à sociedade e aos setores produtivo e empresarial. Vale lembrar que ele está associado a outros crimes, como os incêndios florestais para abertura de novas áreas, grilagem de terras, trabalho escravo e conflitos com nativos e comunidades locais, agravando a violência no campo, reforçou Guimarães.

A campanha surge com a participação de ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio, ABIEC – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, AIPC – Associação das Indústrias Processadoras de Cacau, CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, GTPS – Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável, IBÁ – Indústria Brasileira de Árvores, Imazon – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, Instituto Ethos, IPAM – Instituto de Pesquisa da Amazônia e SRB – Sociedade Rural Brasileira. As informações completas sobre a campanha estão no site www.sejalegalcomaamazonia.org.br . Nele, é possível assinar o manifesto pedindo o fim do roubo de nossas florestas públicas. Ao assinar o manifesto, o apoiador envia um e-mail para o Procurador Geral de República e para o Ministro da Justiça, pedindo apoio às medidas para combater essas ilegalidades na Amazônia.

Ação contra GNT – Com o objetivo de responder a comentários feitos no dia 2 de setembro no programa Papo de Segunda, do canal a cabo GNT, apresentado por Fabio Porchat, Emicida, Chico Bosco e João Vicente, e com a participação de Bela Gil, a ABMRA – que há 40 anos tem como um dos seus principais propósitos o fomento das boas práticas do marketing e da comunicação no Agro – tomou a iniciativa de pleitear por todos os meios legais o direito de ter espaço para esclarecer e corrigir as informações equivocadas apresentadas no programa. 

“Essa medida foi adotada em respeito ao produtor rural, aos pesquisadores, às empresas em toda a extensão do setor e a toda a população, que precisa receber as informações corretas para saber que o campo trabalha de sol a sol, de forma séria e honesta para colocar alimentos na mesa de todos, inclusive na mesa desses apresentadores”, destaca Ricardo Nicodemos, vice-presidente executivo da ABMRA, destacando que “o respeito à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa são fundamentais à democracia, porém devem ser fundamentados em fatos reais, tecnicamente embasados em estudos e experiências utilizadas no presente, passado e futuro. As informações divulgadas no programa citado não condizem com a realidade científica dos estudos realizados e tampouco do Agro. Revelam, sim, uma postura leviana, traduzida em expressões de baixo calão, confundindo o telespectador, revelando dados errôneos de efeitos negativos ao meio ambiente por conta do Agronegócio que não condizem com a natureza científica nem com a evolução tecnológica desenvolvida em nosso País. As consequências de tais declarações revelam-se danosas a um dos maiores e mais eficazes pilares do crescimento da economia nacional, sendo imprescindível o exercício do DIREITO DE RESPOSTA para elucidar as errôneas e maliciosas afirmações”, destaca o advogado Dr. João Paulo Morello, sócio da banca jurídica contratada e especializado no tema.

“Não se trata de uma esquete humorística ou de um programa de humor em que a questão da informação não tem tanta importância. Esse é um programa de cunho jornalístico, com entrevistas e debates entre pessoas de notoriedade pública. E, neste caso, não se pode permitir que informações inventadas sejam colocadas como verdades. Não se pode denegrir a imagem de ninguém em um programa de TV nem tampouco de todo um setor econômico”, destaca Nicodemos.

A ação está a cargo do escritório jurídico Coelho & Morello Advogados Associados, que tem unidade especializada em comunicação e audiovisual, para conduzir as negociações com a GNT e todo o processo por vias jurídicas, caso seja necessário. Além disso, o  vídeo do programa foi assistido por diversos profissionais e pesquisadores, que avaliaram as informações e dados errados e fizeram uma análise do conteúdo. Um dos pesquisadores que contribuiu neste trabalho foi o Professor PhD da Embrapa, Eduardo Delgado Assad, cuja avaliação foi utilizada como base na solicitação do direito de resposta. Além desses profissionais, a ABMRA também pediu apoio para outras importantes entidades de classe do setor, que estão se unindo neste movimento para levar a verdade ao grande público.

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