Abisolo realiza Fórum e lança quinta edição do seu Anuário

A cidade paulista de Campinas, nos dias 10 e 11 de abril, sedia o VIII Abisolo Fórum e Exposição Internacional Tecnologia & Integração, que será promovido pela Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo). À pauta de palestras – voltadas a empresários, investidores, compradores e agrônomos de toda a cadeia produtiva da indústria de tecnologia e nutrição vegetal, além de professores, pesquisadores, profissionais de instituições de estado, cooperativas, revendas, consultorias técnicas, agricultores e estudantes de agronomia – a associação agrega, no primeiro dia, o lançamento oficial da quinta edição do Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal, publicação reconhecida, por quem atua na área de nutrição vegetal, como uma das mais importantes ferramentas de consulta e análise do segmento.

Dividido em cinco capítulos, o Anuário 2019 inclui os mais relevantes aspectos do setor, como dados, análises e projeções da área de insumos para a indústria, do segmento de tecnologia em nutrição vegetal e também do mercado consumidor desses insumos. Seguindo a fórmula vitoriosa das edições anteriores, a publicação inclui este ano a contribuição de 10 especialistas das áreas acadêmicas, além de experientes nomes de grandes empresas do agronegócio, por meio de diversos artigos que auxiliam o segmento com análises sobre produtos, processos produtivos, matéria-prima, aplicações, benefícios, cooperativismo e tendências do segmento de tecnologia em nutrição vegetal.

Ao final da edição, o Anuário 2019 da Abisolo ainda possui um capítulo que se constitui uma valiosa ferramenta de consulta para empresas e também usuários de produtos de tecnologia de nutrição vegetal, que é um Guia de Mercado, contendo dados, telefones, sites e demais referências sobre fabricantes e prestadores de serviços do setor.

Palestras

A grade de palestras é diversificada e contam, inclusive, com a participação de duas especialistas internacionais, vindas da Espanha: Maria Del Carmen Salas Sanjuan, da Universidade de Almeria, que abordará o tema Fertirrigação, e Victória Fernandez, da Politécnica de Madrid, que falará sobre Nutrição Foiliar, informa Gustavo Branco, vice-presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo.

Entre os palestrantes, também se destaca a apresentação, por Henrique Mazotini, presidente-executivo da Associação dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (ANDAV), de recente levantamento feito pela associação, que constatou, como uma das maiores preocupações dos empresários do segmento, o volume de crédito a ser concedido para os produtores para o financiamento dos insumos agrícolas. Entre mas conclusões, está a certeza do setor da necessidade de garantir um sistema sustentável e seguro, mitigando inadimplência, como essencial para a sustentação do crescimento do agronegócio brasileiro e para manutenção do equilíbrio nas relações entre a indústria, o canal de distribuição de insumos agropecuários e os produtores.

Isso é decorrente de posição de várias lideranças do segmento detectada pelo estudo sobre o financiamento como prática frequente, tanto pela demanda do produtor – que muitas vezes não tem acesso ao financiamento bancário, quanto pela necessidade de implementação de novas tecnologias e produtos. Esta alta demanda de financiamento implica na necessidade cada vez maior de capital de giro pelos empresários da distribuição. Este é, sem dúvida, um dos maiores limitadores de crescimento do setor de distribuição e do próprio agronegócio”, afirma Mazotini, frisando que “vários representantes do segmento chamam ainda a atenção para o fato de que, além da necessidade de ampliação do acesso ao crédito, é necessário criar mecanismos para o aumento da cobertura do seguro da produção agrícola. Ter disponível um fundo garantidor contra intempéries que podem inviabilizar parte ou completamente a produção, é fundamental para cumprir a lógica de fluxo de caixa, quando o distribuidor necessita do pagamento do produtor para fechar o seu ciclo financeiro”.

O levantamento da ANDAV, segundo seu presidente-executivo, constatou ainda que, “nos últimos cinco anos, vem se consolidando um cenário marcado pela entrada no segmento de grandes corporações e fundos de investimento nacionais e internacionais, originando os chamados “gigantes da distribuição”. Outro dado interessante é que 78% dos distribuidores afirmam que estão interessados em receber propostas de investimento de empresas e de fundos de investimento. Toda essa movimentação é reflexo da realidade de uma agricultura que, cada vez mais, demanda capital de giro porque é necessário mais investimento para auferir produtividade e competitividade.

Já Alexandre Harkaly, diretor executivo do IBD Certificações, em sua palestra sobre Alimentos Orgânicos – Inventário e Tendências no Brasil e no Mundo, analisará e projetará o potencial e os desafios da agricultura orgânica brasileira, tendo como base dados do Research Institute of Organic Agriculture revelam que, entre 2000 e 2015, a área destinada ao plantio de alimentos orgânicos no mundo cresceu nada menos que 363%, passando de 11 milhões de hectares para 50,9 milhões de hectares. O levantamento confirma que orgânico deixou de ser mera tendência ou nicho de mercado e se apresenta com um setor em firme e vigorosa expansão. No Brasil, apesar das incertezas e instabilidades econômicas, também há sinais e movimentações entusiasmantes – o mercado anual hoje já é estimado em R$ 4 bilhões. 

“Ao projetar exportações, o Brasil se insere no mercado maior”, frisa Harkaly, lembrando que “tal cifra pode parecer diminuta quando comparada com o total movimentado anualmente, por exemplo, nos Estados Unidos – US$ 40 bilhões. Mas uma série de fatores demonstram o grande potencial da agricultura orgânica brasileira. Além de uma considerável movimentação recente em termos de compra e incorporações de empresas do ramo, constatação de maior venda em supermercados e lojas especializadas, aumento na exportação orgânica (seguramente mais de 1 milhão de toneladas) assim como o expressivo aumento de feiras de rua e específicas para orgânico (mais de 800 no país) e a explosão de atendimento e expositores na principal feira Bio Brasil Fair, o segmento tem sido beneficiado pelas diretrizes do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), que prevê diminuição de juros, assessoria técnica, financiamento para o desenvolvimento e a promoção da biodiversidade. Além disso, inclui o fortalecimento das cooperativas, do extrativismo e da produção orgânica”.

Como consequência dessas medidas, o diretor executivo do IBD cita aumento do interesse de escolas e creches para a adoção de alimentos orgânicos na merenda. Como prova disso, comenta  que, atualmente, um quarto dos municípios brasileiros já contam com alguma produção orgânica. Outro indicador desta expansão no país foi o expressivo crescimento no número de clientes do IBD Certificações, principal empresa certificadora de produtos orgânicos da América Latina.

Os dados comparativos com os Estados Unidos apontam para a grande oportunidade de crescimento. Afinal, nos EUA existem 5.000 insumos certificados para uso na produção agrícola orgânica, e no Brasil, 300. Além disso, os novos conceitos em termos de insumos agrícolas mais focados no controle biológicos de pragas, as novas formulações de adubos, o sistema Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) que buscam não só integração, mas sustentabilidade e diferenciação no mercado, a agrossilvicultura e outras inovações referendam o grande potencial do orgânico.

Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal 2019 – Abisolo 
Crédito foto: Divulgação

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