Transgênicos beneficiam agricultores e meio ambiente

Redução na aplicação de defensivos e nas perdas devido ao ataque de pragas, aumento do lucro, da produtividade e do rendimento das lavouras, entre outros ganhos, comprovam, segundo dados disponibilizados pelo o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), os benefícios do uso correto e sustentável da transgenia em culturas de soja, milho e algodão e, portanto, passados 20 anos do uso de transgênicos na agricultura, o assunto “deve ser considerado parte de uma agenda estratégica do agronegócio e do País”, reforça Adriana Brondani, diretora-executiva da instituição.

Transformando essas informações em números, a diretora-executiva do CIB, informa que nesse período, “o lucro obtido por hectare da soja transgênica foi até 26% superior ao da variedade convencional. Para o milho, o desempenho diferencial chegou a ser de 64% na safra verão e 152% na safra inverno. Na cultura do algodão, sementes transgênicas têm margem 12% superior às não modificadas. É inquestionável o reflexo positivo dessa tecnologia na atividade agrícola e na qualidade de vida, nível de educação e renda da população”.

A velocidade com que se deu a adoção da tecnologia, para a entidade, também sugere vantagens claras em seu emprego. No milho, a adoção saltou para 66,8% na safra verão e 81,6% na safra inverno em apenas quatro anos. Atualmente, 92,3% da soja produzida em solo brasileiro é transgênica, assim como 86,7% do milho de verão, 74,7% do milho de inverno e 94% do algodão.

A redução na aplicação de defensivos também é destacada por Brondani quando consideradas as variedades transgênicas: até 36% para soja, 18% para milho verão, 16% para milho inverno e 32% para algodão. “No acumulado, o cultivo de plantas transgênicas evitou que fossem consumidas mais de 800 mil toneladas de defensivos. Esses produtos seriam usados para o controle de pragas”, comenta,  informando que, a adoção de semente geneticamente modificadas (GM) “funciona como reação em cadeia, pois também evita o consumo de combustível que seria usado no maquinário de pulverização. Em 20 anos, por exemplo, houve economia de 377 milhões de litros de combustível, o equivalente à retirada de circulação das ruas de 252 mil carros por um ano”.

O benefício ambiental, no que diz respeito à menor pressão por novas áreas agrícolas também é quantificado pelo CIB. Considerando o diferencial de produtividade entre os sistemas que adotam a biotecnologia e os que não a utilizam, “para manter o nível de produção alcançado pelas áreas de cultivos transgênicos, deveriam ter sido plantados 9,9 milhões de hectares a mais no País entre 1998 e 2017,” ressalta Brondani, explicando que a redução de defensivos e a economia de área cultivada impactam diretamente nas emissões de gases de efeito estufa, que chega a 26,5 milhões de toneladas de CO2, valor equivale ao plantio de 189 milhões de árvores nativas”.

Aos ganhos com as variedades GM comprovados pelos números a diretora-executiva do CIB agrega transformações no trabalho no campo. “Antes, era comum que a atividade fosse considerada excessivamente difícil e sacrificante. A partir do emprego dessa e de outras tecnologias, o trabalho do agricultor tornou-se mais atraente e recompensadora, permitindo investimento do produtor no bem-estar próprio e dos familiares”, pondera a executiva, usando como base para a declaração a evolução no Índice de Desenvolvimento Humano – IDH – em municípios relevantes para produção de soja, milho e algodão no País quando comparados a outras cidades.

E mais: dados consolidados pelo CIB  mostram que nesses 20 anos de transgênicos houve injeção adicional de R$ 45,3 bilhões na economia do Brasil e gerou  49.281 postos de trabalho, que somam R$ 2,2 bilhões pagos em salários. Impacto afetou, ainda, a receita de impostos, com aumento de R$731 milhões. “Estima-se, ademais, que o volume adicional produzido de soja, milho e algodão representou 16,7 milhões de toneladas a mais para exportação. Esse volume de grãos gerou reservas próximas de US$3,8 bilhões”, complementa Brondani.

Em comemoração aos 20 anos completados em 2018, o CIB, em parceria com a consultoria Agroconsult, realizou o estudo “20 anos de transgênicos no Brasil: impactos ambientais, econômicos e sociais”, cujo resumo está disponível para download em formato e-Book no link: https://conteudo.cib.org.br/estudo-20-anos-de-transgenicos.

 

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