URT – Instituto de Zootecnia lança área focada em ILPF

O Instituto de Zootecnia (IZ), da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, lançou, em 16 de agosto, Unidade de Referência Tecnológica (URT) com área de 42 hectares voltada à difusão de sistemas de produção e tecnologias para contribuir com a evolução da pecuária sustentável. O novo espaço funcionará como vitrine tecnológica com viabilidade econômica, combinando os sistemas – Integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF) e Produção Intensiva de Bovinos de Corte, objetivando também o aumento da produtividade e da renda do produtor rural, assim como geração de empregos.

A expectativa é que a URT apresente oportunidades de uso eficiente do solo, considerando a recuperação de áreas degradadas ou em degradação e a renovação de áreas. O projeto, com duração de 12 anos, está estimado em R$ 3 milhões, e visa a gerar, consolidar e promover tecnologias para a produção de bovinos de corte nas fases de recria e terminação em sistemas integrados.

A área de estudo realizará pesquisas e servirá para difusão tecnológica, aproximando a pesquisa do setor produtivo. “As parcerias com o setor produtivo são fundamentais para a concretização desse projeto, integrando o conhecimento das instituições e aproximando o produtor das novidades da pesquisa”, afirma Renata Helena Branco Arnandes, diretora geral do IZ.

Os possíveis empreendedores irão contribuir para a difusão de tecnologias, dentro de uma vitrine que se tornará uma das mais influentes referências no setor, pela sua proposta e o engajamento do grupo formado pelo IZ, Embrapa e a Associação dos Profissionais da Pecuária Sustentável (APPS), gerando oportunidades de negócios e consequente repercussão na mídia nacional e internacional. Um espaço importante para promoção e divulgação de instituições renomadas.

A URT tem como públicos-alvo empresários, executivos, lideranças, gestores de propriedades rurais, técnicos, profissionais e estudantes, entre outros importantes representantes dos setores envolvidos com o agronegócio. A área poderá ser visitada o ano todo, com possibilidades de realização de dias de campo e treinamentos, além da divulgação sobre os resultados para o mercado.

Pecuária de corte – A Produção Intensiva de Bovinos de Corte objetiva aumentar a produtividade e a qualidade da pecuária de corte, em menos tempo, criando animais que alcancem o peso desejado na desmama em um tempo compatível com o sistema de produção, buscando sempre elevar a rentabilidade. Um exemplo de produção Intensiva é o Boi 7-7-7, totalizando 21 arrobas ao abate, com 24 meses de idade.

A adoção de tecnologias sustentáveis e produtivas traz inúmeros benefícios para todos os envolvidos na cadeia, desde o produtor até o consumidor final, lembra Renata Arnandes, pois o produtor tem redução de custos e produção mais rápida e o consumidor, uma carne de melhor qualidade. “Além de considerarmos os benefícios econômicos, o sistema também apresenta vantagens ambientais, pois a precocidade na produção do gado garante maior produtividade na mesma área”, destaca.

Sistemas Integrados de Produção Agropecuária (SIPAs) – A discussão sobre novos delineamentos para sistemas produtivos é de grande relevância devido à demanda crescente por alimentos e a necessidade de racionalização dos recursos. Embora a monocultura seja a realidade dominante da produção agropecuária no Brasil, os sistemas integrados começaram a ser alvo de pesquisas, pois seriam a alternativa eficiente e sustentável para a produção vegetal e animal.

Todo trabalho de pesquisa buscará avaliar e identificar os sistemas integrados de produção em suas diferentes formas, com implantação e condução de arranjos produtivos para explorar sinergismos e propriedades emergentes nos compartimentos solo, plantas, animais e ambiente, demonstrando viabilidade técnica e econômica, bem como benefícios ecológicos e ambientais.

“O uso dos sistemas integrados permite a produção de alimentos de origem animal e vegetal, na mesma área e em único ano agrícola, tendo como benefícios as melhorias físicas, químicas e biológicas do solo, a intensificação da produtividade vegetal e animal, a mitigação de gases de efeito estufa, a racionalização do uso de defensivos e fertilizantes, além de possíveis vantagens econômicas, pautadas na diversificação de renda e no menor risco de flutuações de mercado”, detalha a diretora do IZ, frisando que os sistemas integrados de produção agropecuária (SIPAs) têm como vantagens a melhoria na qualidade da pastagem, o bem-estar animal, conservação do solo e diversificação da fonte de renda do produtor. No Brasil, cerca de 15 milhões de hectares já utilizam a tecnologia de integração, enquanto que a estimativa é de que 4,8 milhões de hectares de pastagens estejam em estágio mediano de degradação e outros 1,5 milhão em estágio avançado em todo o Estado de São Paulo. Nesse contexto, o papel dos pesquisadores é fortalecer a aplicação da tecnologia pelos produtores, pois a recuperação da pastagem é essencial para fornecer os nutrientes necessários à alimentação animal e evitar processos de degradação, como a erosão.

A expectativa é que sejam avaliados na URT sistemas de sucessão de culturas que incluirão soja para a produção de grãos e milho consorciado com capim para produção de silagem, inseridas em áreas de plantio de eucalipto e mogno africano. Os pesquisadores também querem mostrar aos produtores rurais a importância de incluir culturas anuais ou de ciclo longo em áreas exclusivas para pastagem. A inserção de soja e eucalipto nessas áreas contribui para a produtividade animal e vegetal, melhoria das condições do solo e sustentabilidade de sistemas de produção de carne. Com o sistema integrado o produtor também diversifica sua renda.

(Foto: FL Piton)

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