IBGE divulga Pesquisa da Pecuária Municipal 2018

Informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 20 de setembro, sinalizam que, entre os indicadores da pecuária, que rebanho de bovinos, pelo segundo ano consecutivo, sofreu redução em 2018 (0,7%, que é equivalente a 1,5 milhão de cabeças) na comparação com 2017. Os demais efetivos animais brasileiros registraram aumento. Esses números compõem a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM).

Segundo a gerente da PPM, Angela Lordão, mesmo com a queda do total de cabeças nos dois anos seguidos, o País segue com o maior rebanho comercial bovino, com cerca de 213,5 milhões. Mato Grosso respondeu por 14,1% do total nacional, e São Félix do Xingu, no Pará, é o município com maior rebanho.

A queda no rebanho é registrada nas regiões Sul (-3,3%), Sudeste (-1,2%) e Centro-Oeste (-0,4%) – pois no Norte e Nordeste creceu 0,2% – e foi  influenciada pelo crescimento do abate de matrizes e o recorde na exportação de carne bovina, em 2018, comentou Lordão: “A questão é que a pecuária de corte tem ciclos de alta e baixa. Então, em alguns anos, principalmente devido ao preço do bezerro e ao preço da arroba, ocorre um descarte maior de fêmeas. Isso aconteceu em 2006 e 2007, depois voltou a acontecer a partir de 2012. Estamos vendo agora um novo ciclo de baixa que começou em 2017”, disse.

O crescimento de bovinos em São Félix do Xingu, nos últimos 10 anos, foi de 18% e em 2018 o rebanho do líder na pecuária totalizava 2,3 milhões de animais. O segundo e terceiro maiores rebanhos pertenciam aos municípios de Corumbá e Ribas do Rio Pardo, ambos no Mato Grosso do Sul. Em termos de crescimento do efetivo entre 2008 e 2018, destacaram-se dois municípios localizados paraenses, Novo Repartimento (142,3%) e Marabá (102,7%).

A analista da pesquisa Mariana Oliveira ressaltou que o Centro-Oeste lidera, desde 1981, a produção de bovinos, porque a região mostrou-se bioclimaticamente favorável e, também, por questões econômicas, como escoamento e logística.

“Para o nicho de bovinos que precisa de espaço, logística e escoamento, o Centro-Oeste e o Norte tem aptidão para esse tipo de criação, por isso tem esse crescimento. Norte e Centro-Oeste sobem de maneira semelhante, mas o Norte começou com efetivos bem menores”, explicou.

Leite e ovos – A pesquisa mostra também que a produção de leite voltou a crescer – 1,6% após retração de 1,1% em 2017 – chegando a 33,8 bilhões de litros com valor de produção de R$ 39,3 bilhões. A produtividade nacional de leite ultrapassou a barreira dos 2 mil litros por vaca ao ano. A região Sul seguiu na liderança da produtividade nacional, com 3.437 litros por vaca ao ano. Já a produção de ovos de galinha alcançou 4,4 bilhões de dúzias, o patamar mais alto já registrado, gerando um rendimento de R$ 14, bilhões. O Estado de São Paulo foi o maior produtor nacional, responsável por 25,6% do total.

Piscicultura – A produção de peixes atingiu 519,3 mil toneladas em 2018, aumento de 3,4% em relação ao ano anterior, o que gerou um valor de produção para a atividade de R$ 3,3 bilhões. A região Sul, que desde 2016 é a principal região produtora, seguiu aumentando sua produção e agora é responsável por 32,0% da piscicultura nacional. Desde 2016, o Paraná assumiu a liderança do ranking de estados (23,4%). Nova Aurora (PR) foi o principal município produtor, seguido de Aparecida do Taboado (MS), Glória (BA) e Morada Nova de Minas (MG).

Dentre as espécies de peixe coletadas na pesquisa, o destaque continuou sendo para a Tilápia, com 311,5 mil toneladas, que representou 60,0% do total produzido. O Tambaqui, segunda espécie mais produzida (19,7%), predomina na região Norte.

Camarão – A produção de camarão criado em cativeiro cresceu 11,4%, totalizando 45,8 mil toneladas em 2018.  O Nordeste é responsável por quase toda a produção do país, com 99,4% do total nacional. Na região, destacam-se o Rio Grande do Norte (43,2%) e o Ceará (28,5%). Pendências (RN) se tornou líder no ranking dos 162 municípios que produziram camarão em 2018, seguido por Aracati (CE), Canguaretama (RN) e Arês (RN). O valor de produção da carcinicultura nacional atingiu R$ 1,1 bilhão em 2018.

Mel – Com 42,3 mil toneladas, a produção de mel registra aumento de 1,6% na produção nacional, com valor de R$ 502,8 milhões. A região Sul foi a principal produtora (39%), seguida pelo Nordeste (34%). No ranking dos estados, o Rio Grande do Sul produziu 15,2% do total nacional, seguido por Paraná 14,9% e Piauí 12,3%. Mariana Oliveira, destaca a dependência do mel pelas chuvas, porque chuva gera floração que atrai as abelhas. Então, com a melhoria do clima, quem se destacou em especial foi o Piauí, que deu uma alavancada na produção”.

Galináceos – A produção de frangos, frangas, galos, galinhas e pintinhos cresceu 2,9%, totalizando 1,5 bilhão de cabeças. A região Sul, com destaque na criação de frangos para o abate, permaneceu responsável por quase metade do total brasileiro (46,9%). O Paraná respondeu por 26,2%.

Para galinhas, o quadro regional se inverte: a primeira região do ranking foi o Sudeste, com 38,9% do total de cabeças do país. Foi estimado um total de 246,9 milhões de galinhas para 2018 – um aumento de 2,5% em relação a 2017. O estado de São Paulo foi responsável por 21,9% do efetivo de galinhas no Brasil.

Santa Maria de Jetibá (ES) foi o município que apresentou os maiores efetivos tanto de galináceos quanto de galinhas. Para o ranking de galináceos vieram em seguida os municípios de Cascavel (PR), Bastos (SP), Rio Verde (GO) e Uberlândia (MG). Enquanto o ranking de municípios para galinhas é completado por Bastos (SP), Primavera do Leste (MT), São Bento do Una (PE) e Itanhandu (MG).

Codornas – Em 2018, o efetivo de codornas foi de 16,8 milhões de aves, crescimento de 3,9% em relação à 2017, enquanto a produção de ovos de codorna caiu 2,1%. O Sudeste é responsável por 64%, tendo destaque São Paulo (24,6%) e Espírito Santo (21,0%). No ranking municipal, Santa Maria de Jetibá (ES) ocupa a primeira posição tanto na quantidade de animais, quanto na produção de ovos. O efetivo do município cresceu 35,7% e a produção de ovos de codorna 31,7% no ano de 2018. Por outro lado Bastos (SP), na segunda posição, teve redução do efetivo em 33,3% e da produção de ovos de codornas em 31,7%.

Ovinos e caprinos – As criações tanto de ovinos quanto de caprinos aumentaram em 2018: 1,8% e 4,3%. O Nordeste foi responsável por 93,9% dos 10,7 milhões de caprinos e 66,7% do total de 18,9 milhões de ovinos estimados para o Brasil em 2018. Bahia deteve 30,2% do rebanho caprino e 22,1% do rebanho ovino do país.

Dentre os 20 municípios com os maiores efetivos de caprinos, nove pertenciam à Bahia e 11 a Pernambuco. Casa Nova (BA), Petrolina (PE), Juazeiro (BA) e Curaçá (BA) lideraram o ranking de municípios com maiores rebanhos de caprinos. Casa Nova (BA) também liderou o ranking de municípios com criação de ovinos, seguido por Santana do Livramento (RS), Juazeiro (BA), Remanso (BA) e Dormentes (PE).

Suínos –Foi estimada a existência de 41,4 milhões de suínos em 2018, aumento de 0,1% em relação ao ano anterior. A região Sul concentrou quase metade de todo esse efetivo: 49,7%. Santa Catarina foi responsável por 19,2% do total nacional, o Paraná por 16,6% e o Rio Grande do Sul por 13,8%. Fora dessa região, outro destaque foi Minas Gerais, com 12,7%. Toledo (PR), Rio Verde (GO) e Uberlândia (MG) mantiveram suas posições no ranking de municípios com maiores efetivos de suínos.

Foram estimadas 4,8 milhões de matrizes de suínos – o que significa que, do efetivo total de suínos, 11,6% corresponderam a matrizes (aumento de 1,5% em relação ao ano anterior), tendo essa criação também destaque na região Sul, onde se encontravam 42,2% desse efetivo.

Crédito – Editoria: Estatísticas Econômicas – Arte: Helena Pontes

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