Metodologia de mapeamento automatizado de áreas de café é avaliada por Embrapa e Epamig

A publicação “Mapeamento automatizado de áreas de café em Minas Gerais”, com a avaliação da utilização de imagens do satélite Sentinel-2A, em associação com uma nova metodologia de análise de imagens para a obtenção de mapas de uso da terra com foco nas áreas ocupadas pela cafeicultura, realizada em parceria pela Embrapa Café e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), foi disponibilizada gratuitamente na internet.

Os resultados apresentaram alta acurácia, mesmo em regiões montanhosas e mostram que essa é uma alternativa para agilizar e baratear o acompanhamento da dinâmica do uso da terra e as trajetórias da ocupação da cafeicultura nas diferentes regiões produtoras do País.  A publicação apresenta a metodologia que utilizou imagens do satélite Sentinel-2A e classificação semiautomática, baseada na segmentação de imagens, metodologia conhecida como Geobia, sigla em inglês para a análise de imagem baseada em objeto geográfico.

“A cafeicultura é diversa e complexa o que traz dificuldades específicas para a realização de mapeamentos precisos”, disse Helena Alves, pesquisadora da Embrapa Café, explicando que o sensoriamento remoto e o processamento digital de imagens são geotecnologias importantes para o conhecimento da distribuição espacial da cafeicultura no ambiente e a quantificação das áreas de produção.

Essas tecnologias – informa a pesquisadora – “permitem que grandes áreas possam ser mapeadas e monitoradas, com a finalidade de fornecer subsídios para gerar inovações que proporcionem maior sustentabilidade à produção.  A classificação visual, apesar de ser muito precisa, consome muito tempo; mão de obra; e recursos”.

Helena Alves ressalta que mapeamentos baseados apenas em imagens de satélite se mostram menos precisos, havendo a necessidade da conferência em campo para um mapeamento de qualidade, e garante: “Com os avanços recentes dos produtos de sensoriamento remoto associados às novas metodologias para o processamento digital das imagens, abrem-se novas perspectivas para o mapeamento de áreas cafeeiras, que ainda precisam ser estudadas e validadas”. 

Para o estudo, foram selecionados municípios pertencentes às quatro macrorregiões produtoras de café de Minas Gerais: Sul de Minas; Cerrado de Minas; Matas de Minas; e Chapadas de Minas. “Esperamos que a metodologia descrita na publicação possa ser utilizada em todas as regiões produtoras de café do país para a produção de mapas temáticos, gerados por classificação automatizada, possibilitando o levantamento mais rápido, preciso e a custos mais baixos”, finalizou a pesquisadora da Embrapa Café.

A publicação está disponível desde o dia 21 de outubro de 2021.