Mercado de fertilizantes para nutrição de plantas de café movimentou US$ 966 milhões no último ano-safra

A consultoria Spark Inteligência Estratégica concluiu o primeiro levantamento ‘Painel’ do Brasil sobre o mercado de fertilizantes para nutrição de plantas de café. A pesquisa, baseada em 1,2 mil entrevistas, realizada nos principais Estados produtores do grão, apontou que a movimentação de fertilizantes para a cultura atingiu US$ 966 milhões na safra 2020-2021.

Conforme a Spark, esse estudo passa agora a fazer parte do levantamento anual BIP Café (Business Inteligence Panel), entregue anualmente pela consultoria. De acordo com o coordenador de projetos da empresa, Davi Caxias, o Painel Nutrição Café abrangeu os segmentos de corretivos e condicionadores de solo, adubação NPK, em solo e em fertirrigação, e aplicações foliares – macronutrientes, micronutrientes e bioestimulantes.

Segundo a Spark, produtos para adubação NPK concentram hoje a maior fatia do mercado, com 92% de participação ou vendas de US$ 888 milhões. Fertilizantes foliares equivalem a 6% do total (US$ 57 milhões). Já os corretivos e condicionadores de solo correspondem aos 2% restantes (US$ 21 milhões).

Davi Caxias acrescenta que, em volume, os cafeicultores demandaram 4,3 milhões de toneladas de fertilizantes, sendo 2,9 milhões de toneladas no segmento NPK; 1,3 milhão de toneladas em corretivos e condicionadores de solo e 12,5 mil toneladas de fertilizantes foliares.

Adesão de 100% – “A adoção dos tratamentos atingiu 100% dos produtores. Isso equivale a dizer que ao menos uma operação de manejo nutricional foi feita pelos produtores. O investimento médio do cafeicultor, apontado na pesquisa, foi de US$ 473 por hectare”, frisa Davi Caxias.

Outro dado relevante, diz o executivo, dá conta de que o nível de investimento do produtor se apresenta desigual frente ao tipo de café cultivado. Enquanto no arábica o investimento médio chega a US$ 496 por hectare, no robusta o mesmo indicador é de US$ 383/ha. “O BIP Spark evidencia também diferença significativa no tocante ao investimento médio, por região, na nutrição do café. No Cerrado Mineiro, por exemplo, números confirmam que o produtor investe em média 26% a mais do que na Zona da Mata”, compara Davi Caxias.

Categorias e marcas – Quanto à taxa de adoção de produtos para nutrição, por categoria, complementa o executivo, os fertilizantes NPK lideram a preferência do cafeicultor, com 99%. Em sequência, aparecem fertilizantes foliares (66%), corretivos e condicionadores de solo, que somam 39%.

“Detectamos enorme potencial para aumento de investimentos no manejo nutricional do café, sobretudo no segmento de fertilizantes foliares”, adianta Davi Caxias. O BIP Spark apontou ainda que os produtores entrevistados mencionaram mais de 170 empresas e 1.000 produtos comerciais. “Tais dados indicam um cenário de mercado altamente competitivo e acirrado”, afirma ele.

Segundo informa o executivo, a pesquisa investigou também indicadores de adesão do cafeicultor a produtos específicos e empresas atuantes no setor, além do conhecimento dos produtores em relação a fabricantes e marcas comerciais de fertilizantes.

Para a Spark, o grau de desconhecimento do cafeicultor ante marcas comerciais e fabricantes é considerado alto, diante da relevância econômica do setor de fertilizantes. “Há, portanto, oportunidades para empresas ampliarem investimentos, visando a fidelizar clientes e ganhar mais acesso a mercado”, finaliza Davi Caxias.  Conforme a Spark, o BIP Café percorreu os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Rondônia e Paraná.