Faturamento superior a R$ 10 bilhões, materializando elevação de 41,8% em relação aos R$ 7,1 bilhões obtidos em 2019, comprova que o mercado de fertilizantes especiais superou o crescimento do agronegócio brasileiro em 2020, mesmo diante dos desafios impostos pela pandemia da Covid-19. Além disso, no último período, o setor aumentou o investimento em pesquisa e desenvolvimento, totalizando R$ 349 milhões, mantendo o índice médio dos últimos seis anos acima de 4% do faturamento.
Essas e outras informações sobre o setor de Nutrição Vegetal integram o Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal 2021, publicado pela Abisolo – Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal. A publicação, considerada referência nacional sobre o segmento, foi oficialmente lançada no dia 27 de julho de 2021, em evento on-line com a presença da Diretoria da entidade.
A cultura da soja segue como a maior consumidora do setor, responsável por 46,7% das vendas. Na sequência, estão o café (10,7%), o milho (10,6%), cana-de-açúcar (9,6%), frutas (8,4%) e hortaliças (5,9%). Os Estados que mais se destacaram no ranking do uso de fertilizantes especiais em 2020 foram: São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e Goiás. Sobre a forma como esses fertilizantes são comercializados, a Abisolo mostrou que o mix de distribuição passa principalmente por distribuidores e revendas.
Tecnologias e tendências – Clorialdo Roberto Levrero, presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, comentou que a indústria trabalha com especialidades, oferecendo um leque de tecnologias em nutrição vegetal sustentáveis para o produtor rural, levando o agro a ser mais competitivo e valorizando ainda mais sua importância para o País.
Para atender demandas de mercado, como a preservação ambiental e a segurança alimentar, no período, as empresas do setor seguiram investindo em tecnologia e em inovação, ressaltou Gustavo Vasques, conselheiro da Abisolo, destacando como tendência “a aplicação de produtos que possibilitam o produtor a ter alta eficiência, ou seja, produzir mais com menos”.
Em 2020, o setor aumentou o investimento em pesquisa e desenvolvimento, totalizando R$ 349 milhões. O investimento médio do setor em P&D nos últimos seis anos é de 4,17% do faturamento. Com isso, segundo Alexandre D’Angelo, gerente executivo da Abisolo e responsável pela apresentação dos dados do Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal 2021, o lançamento de produtos inovadores é constante, resultando na melhoria de performance nas diversas culturas.
Nesse sentido, Anderson Schaefer, conselheiro da Abisolo, complementou que o mercado tem buscado outras formas de produção, de forma horizontal, para que se alcance o mesmo resultado com a aplicação de menos insumos. “É cada vez maior buscar conhecimento para obter um retorno mais rápido em menor tempo”.
No que diz respeito aos diversos segmentos que compõem o setor representado pela Abisolo, a evolução foi significativa, comprovando que as tecnologias difundidas pelas empresas de nutrição vegetal estão cada vez mais presentes na agricultura brasileira, inclusive devido à sua contribuição com os conceitos do ESG (sigla para environmental, social and governance, em inglês, traduzida para o português como ambiental, social e governança, que simboliza conceito geralmente utilizado para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa, inclusive agropecuária). que, mais do que tendência, constitui-se realidade, principalmente quando o tema é mercado internacional e exigências de rastreabilidade.
Segundo Gustavo Branco, vice-presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, na pandemia houve também o avanço da digitalização, o que pode proporcionar futuramente mais vendas por meio digital, ou seja, a abertura de plataformas de e-commerce para os produtos de nutrição vegetal. Mas, para isso acontecer, será necessário o estabelecimento de requisitos básicos, vinculados à aplicação, recomendações de boas práticas, transporte e logística: “A disrupção digital pode abrir uma avenida para uma adoção intensa desse tipo de prática”, declarou
Custos de produção – O Anuário da Abisolo também mapeou uma questão que tem afetado a economia global, que é o aumento do custo de produção. No caso dos fertilizantes especiais, os fatores que corroboram para essa elevação foram a taxa de câmbio desfavorável para importação, o aumento real em dólares de importantes matérias-primas em decorrência da forte demanda e aumento de preços das embalagens, serviços logísticos e outros insumos.
De acordo a entidade, o custo da matéria-prima cresceu entre 14% e 22%, dependendo do produto. Os orgânicos líquidos foram os mais impactados com alta de 22% no valor das matérias-primas e os orgânicos sólidos com o aumento médio menor, com 14%. No caso das embalagens, as big bags tiveram variação de preço de 50%, seguida pela caixa de papelão com 42%.
O mercado de substratos para plantas também ampliou seu faturamento em 2020 para R$ 290 milhões, uma alta de 31,8% se comparado a 2019. Já o setor de condicionadores de solo de base orgânica registrou um faturamento de R$ 72,9 milhões no ano passado, valor 11,2% inferior ao obtido em 2019.
Para este ano, a expectativa do setor de tecnologia em nutrição vegetal é de crescimento de cerca de 24%. “Esse valor pode ser superior caso alguns fundamentos se confirmem como, por exemplo, a antecipação de compras de insumos, que mesmo não sendo constante, pode se manter com a conjuntura de bons preços e alta demanda por alimentos”, disse D’Angelo, que acrescentou que os níveis de confiança do setor alcançaram um otimismo em diversos aspectos, excetuando-se os aspectos ligados à confiança nas políticas públicas, expectativa da economia nos próximos doze meses e o comportamento da taxa de câmbio.
O segmento de fertilizantes foliares registrou crescimento de 29,9%, enquanto os fertilizantes especiais para solo se expandiram 73%; os fertilizantes para tratamento de sementes, 101,6%; e os fertilizantes para fertirrigação e hidroponia, 63,8%. Por ordem de culturas, soja segue como a maior consumidora do setor, responsável por 46,7% das vendas, seguida de café (10,7%), milho (10,6%), cana-de-açúcar (9,6%), frutas (8,4%) e hortaliças (5,9%).
O mercado de substratos para plantas também ampliou seu faturamento em 2020 para R$ 290 milhões, uma alta de 31,8% se comparado a 2019. Já o setor de condicionadores de solo de base orgânica registrou um faturamento de R$ 72,9 milhões no ano passado, valor 11,2% inferior ao obtido em 2019.