Após deixar o Brasil em 2015, por questões estratégicas, onde atuou por 15 anos, a DVA Agro aplicou US$ 20 milhões nos últimos quatro anos somente em registro, e mais US$ 15 milhões para a estrutura física, incluindo laboratório de pesquisa, desenvolvimento de linha própria e exclusiva de produtos, além de US$ 65 milhões de capital de giro, totalizando US$ 100 milhões em cinco anos. Há, ainda, planos de construir uma fábrica.
Multinacional alemã especializada na proteção de cultivos, nutrição vegetal e adjuvantes especiais, a DVA Agro tem a missão de desenvolver soluções agrícolas de alta qualidade para agricultores no Brasil e no mundo, informa João Aleixo, diretor executivo global de agro da companhia, informando que a expectativa do grupo no mercado brasileiro é grande, e a projeção é que o País até 2026 seja responsável sozinho por 50% do faturamento global da companhia.
“O Brasil é um dos pilares da estratégia global da marca além de ter grande potencial. Estamos retornando de maneira estruturada e tecnificada. Além disso, aprendemos como fazer negócio aqui, entendemos quais são as necessidades do agro em todos os níveis da cadeia e definimos nossa estratégia de acesso de acordo com cada particularidade do mercado. A DVA tem um nome e credibilidade forte em todo o mundo e é uma questão de tempo para termos o nosso Mindshare do produtor rural brasileiro”, diz Aleixo.
De acordo com o diretor executivo global de agro da companhia, “a DVA nunca deixou a agricultura brasileira fora da estratégia global da CIA. Afinal, o País é um dos maiores mercados do mundo de agroquímicos e somando com outras linhas de produtos como Crop Nutrition, adjuvantes e biológicos, passa a ser mais importante dentro da marca de forma mundial. A decisão sempre existiu. O ponto era: quando seria o melhor momento para iniciar de novo as operações no Brasil? E em 2017 começamos a estruturar esse retorno com os primeiros registros de produtos de proteção de cultivos”, afirma.
Ponto importante ressaltado por Aleixo com relação à volta ao Brasil envolve a decisão de ter “a nossa própria linha de Crop Nutrition, chamada Incentia, para isso, montamos uma operação do zero, incluindo profissionais, técnicos, marketing, fábrica, plant piloto e laboratório de R&D, no Sul da Espanha, região conhecida como o Vale do Silício da nutrição vegetal”, aponta, lembrando que a companhia acessa mais de 50 países com mais de 70 produtos desenvolvidos ao longo dos anos.
Ao retornar ao Brasil, a DVA buscou uma equipe com alto nível técnico focada na entrega de valor para o agricultor, com novas tecnologias de proteção como por exemplo, nanotecnologia, misturas únicas, sinergia entre biológicos, nutrição vegetal e proteção de cultivo num só produto, etc.
O foco inicial destas soluções será primeiramente culturas intensivas como frutas e vegetais na região de Petrolina, Mossoró, Espírito Santo, Bahia, São Paulo e região do Triângulo e Sul de Minas e depois entrará fortemente nas mais extensivas como soja, milho, algodão e cana-de-açúcar.
Investimento no Brasil
Um dos pilares dessa sólida retomada é a construção de um novo laboratório no interior de São Paulo, que será anunciado em breve. A empresa, que já conta com laboratórios na Argentina, Espanha e China, aposta que a estrutura no Brasil vai dar maior velocidade, para que as soluções cheguem ao campo muito mais rápido para o agricultor.
Segundo o diretor, a ideia neste primeiro momento é focar pesquisa, inovação e prova de conceito no Brasil. Já a etapa de desenvolvimento ficará concentrada na Argentina. “Temos uma fábrica relativamente grande lá, com planta piloto. Conseguimos levar a pesquisa para o laboratório fazer uma transferência de tecnologia para a planta piloto e aí também para a manufatura”, ressalta.
Mas, tudo andando bem conforme o planejado, a empresa já planeja a construção de uma fábrica de nutrição em solo brasileiro. “Já estamos conversando com algumas prefeituras no Estado de São Paulo, verificando o melhor lugar para termos a fábrica em termos de logística, em breve haverá mais novidades sobre as próximas etapas”, finaliza Aleixo.