CAMINHOS DO AGRO SP – Projeto ganha site e discute conectividade em último episódio

O dia 16 de dezembro foi a data escolhida para encerramento do projeto Caminhos do Agro SP. Nessa ocasião foi realizada 18ª live. Ao longo de cinco meses, mais de 50 representantes de diversos elos da cadeia produtiva do agronegócio em mais de 20 horas de conteúdos. Os potenciais e desafios da conectividade no campo foram debatidos neste episódio final da websérie, quando o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira conversou sobre a realidade da conexão no campo e como ela é vital para o agronegócio. Participaram do debate o presidente do Conectar AGRO, Gregory Riordan; o Head de Marketing Corporativo & IoT da TIM Brasil e responsável pelo projeto “4G TIM no Campo”, Alexandre Dal Forno e, a Secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Patricia Ellen da Silva.

Além da presença do Secretário, Gustavo Junqueira, o encerramento teve a participação de representantes dos patrocinadores do projeto, como o diretor-presidente do inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias), João Cesar Rando; do diretor de Sustentabilidade LATAM & Brasil da Syngenta, Valter Brunner e; do presidente da UPL Brasil, Fabio Torretta.

As lives tiveram mais de 60 mil visualizações nos canais do YouTube e Facebook da TV Cultura e Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. O projeto foi criado para ser uma iniciativa física com eventos itinerantes pelo Estado de São Paulo, nos quais o público poderia percorrer as diversas estações do agronegócio paulista, conhecendo as pesquisas, ações e parcerias que posicionam o setor com destaque no Brasil e no mundo, com a pandemia foi preciso se reinventar. “Com a websérie tivemos um resultado surpreendente e conseguimos reunir um número maior de pessoas do que o previsto para a versão física”, comentou Junqueira.

Na ocasião, o Secretário de Agricultura e os convidados acompanharam o lançamento do site oficial do “Caminhos do Agro SP”. Nele se concentram todas as lives já realizadas, informações complementares e curiosidades. Para conhecer acesse, clique aqui. Se estiver interessado em assistir todos os episódios do “Caminhos do Agro SP”, acesse o canal do YouTube da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Conectividade no campo

“Estima-se que mais de 70% das propriedades no Brasil não têm acesso à internet, realidade que precisa ser transformada para que o produtor consiga acessar e fazer um uso eficiente das tecnologias disponíveis para o aumento da sua produtividade. A conectividade permite que o produtor tenha um ecossistema de dispositivos, como estações climáticas, redes de armadilhas contra pragas, drones on-line e sensores, fazendo o acompanhamento do plantio e da colheita”, explicou Junqueira.

Gregory Riordan evidenciou o trabalho desenvolvido pelo ConectarAGRO e, como em menos de dois anos, o projeto já teve um impacto positivo no campo e social, atingindo tanto as propriedades quanto as pessoas, empresas e cidades envolvidas. “O ConectarAGRO nasceu devido à deficiência de boa conectividade no agronegócio, algo que se assemelhasse à encontrada em São Paulo e nas grandes cidades do Estado. O agricultor precisa ser incluído digitalmente, principalmente para poder operar as máquinas e os dispositivos que coletam informações, com o intuito de enviar os dados para a nuvem, onde os dados são interpretados e nos trazem insights para fazer o trabalho agrícola e as operações de uma forma mais eficiente”, ressaltou Riordan.

Para ele, a necessidade de conexão não está apenas na fazenda, mas também na lavoura, onde a atividade agropecuária de fato acontece e se desenvolve. “Essa falha na conexão cria uma barreira para a produção e a inserção das tecnologias no campo. Nesse sentido, o ConectarAGRO busca padronizar a tecnologia disponibilizada no campo, de forma que exista um crescimento igual e colaborativo”.

O projeto foi colocado em prática usando a tecnologia 4G, disponibilizada em 700 megahertz, uma velocidade que permite a cobertura em uma área maior. “Estamos mostrando para os produtores os benefícios dessa conectividade, levando através de um modelo de negócio no qual o produtor pode ter conexão na fazenda, coparticipando do investimento e garantindo a conectividade”, esclareceu o presidente do projeto.
Desde a sua criação, o ConectarAGRO avançou 5.1 milhões de hectares de cobertura, 218 cidades foram beneficiadas indiretamente, além de mais de 50 mil propriedades cobertas no Brasil e mais de 600 mil pessoas passaram a ter uma conectividade de qualidade.

A tecnologia 4G e o desenvolvimento do campo – Olhando sob a ótica empresarial, a implantação da conectividade no campo enfrenta alguns desafios, como a baixa densidade demográfica, que faz com que o investimento seja muito maior quando comparado ao das capitais.

“Todo o Brasil está voltado para o agro, que é a grande alavanca do país e a TIM vem trabalhando há mais de três anos no projeto ‘4G TIM no campo’, no qual atendemos a real necessidade do produtor, que já tinha a tecnologia, mas não a conectividade. Com o 4G e uma rede pública temos a proposta de oferecer uma tecnologia sem fronteiras, que beneficia tanto as empresas que possuem um sistema 100% tecnificado quanto os produtores que são vizinhos”, detalhou o Head de Marketing Corporativo & IoT da TIM Brasil e responsável pelo projeto 4G TIM no Campo, Alexandre Dal Forno.

Desde a fundação, o projeto da TIM já alcançou indiretamente 50 mil produtores. “O mais interessante nesta solução é permitir a conexão do grande produtor, que pode ajudar na implantação com investimento, ao mesmo tempo em que leva a conectividade para toda a cadeia de valor, incluindo os pequenos e médios produtores localizados no entorno”, complementou.

Para Dal Forno, o desafio é enorme e ainda existe um longo percurso à frente. No entanto, é preciso pensar em modelos de negócios diferenciados que permitam fazer investimentos junto com grandes proprietários e produtores do Brasil para colocar os projetos em prática.

Desafios no campo – Para Junqueira, o Brasil tem hoje um campo moderno e ao mesmo tempo abandonado sobre o ponto de vista tecnológico. “Esses são alguns paradigmas que precisam ser quebrados no país para que a tecnologia seja um instrumento de redução da desigualdade social e não um fenômeno que vai aumentar a desigualdade”.

Neste sentido, para uma maior eficácia da implementação da conectividade é preciso entender a sua função. “O tipo de estrutura de conectividade necessária para a efetivação da tecnologia varia em função do problema que precisa ser resolvido”, explicou a Secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Patricia Ellen da Silva.

Patricia ressaltou que novas tecnologias têm se disseminado rapidamente, como Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial e todo o trabalho de integração de dados, bem como as diferentes práticas adotadas durante a pandemia, período que vem registrando uma aceleração na adoção de novas tecnologias.

“O Plano Nacional de Internet das Coisas, concluído em 2018, é um trabalho que já tinha um olhar de médio e longo prazo, mesmo falando da rápida velocidade das mudanças. A aplicação dessa tecnologia específica pode trazer benefícios em desenvolvimento econômico, melhoria de produtividade, maior eficiência no uso de recursos e qualidade de vida, trazendo, a partir de 2025, um retorno de quase 1 trilhão de reais por ano”, pontuou a Secretária.

“Caminhos do Agro SP” – O projeto foi criado para ser uma iniciativa física com eventos itinerantes pelo Estado de São Paulo, nos quais o público poderia percorrer as diversas estações do agronegócio paulista, conhecendo as pesquisas, ações e parcerias que posicionam o setor com destaque no Brasil e no mundo, com a pandemia foi preciso se reinventar. “Com a websérie tivemos um resultado surpreendente e conseguimos reunir um número maior de pessoas do que o previsto para a versão física”, comentou Junqueira.

Para o diretor-presidente do inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias), João Cesar Rando, o projeto precisa ter todo o reconhecimento pelo seu alcance e disrupção. “Com a ajuda da conectividade a Secretaria conseguiu fazer a conexão entre vários temas importantes, que foram muito bem conduzidos e discutidos ao longo dos últimos meses. Foi muito bom poder compartilhar nossas experiências”.

“Foi uma satisfação ver esse projeto nascer e ter viabilizado informação, conhecimento e debates para o agricultor, para a cadeia do agro e também para o consumidor. No momento em que a cidade entende o agronegócio, ela se aproxima e cria uma conexão. Essa iniciativa do Governo de São Paulo e da Secretaria de Agricultura merece todo o reconhecimento pelo que atingiu”, salientou o diretor de Sustentabilidade LATAM & Brasil da Syngenta, Valter Brunner.

Como ponto positivo, o presidente da UPL Brasil, Fabio Torretta, destacou a união entre Governo e empresas. “Essa foi uma iniciativa maravilhosa, pois criou um fórum de alinhamento do sistema de produção e da cadeia de produção de alimentos. Outro ponto muito importante é ter a iniciativa privada e a iniciativa pública juntas. Esse é o caminho do sucesso não apenas do agronegócio, mas do Estado de São Paulo”.