Pesquisadores do IAC-APTA integram centro de pesquisa de fitossanidade em cana-de-açúcar

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Centro de Cana do Instituto Agronômico (IAC-APTA), participará do Centro de Pesquisa em Engenharia Fitossanidade em Cana-de-açúcar, que será coordenado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp – Jaboticabal) e é fruto de uma parceria entre o Grupo São Martinho e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Com investimento de R$ 8 milhões em cinco anos, o CPE tem o objetivo de desenvolver estratégias contra pragas e doenças da cana por meio do controle biológico e comportamental, utilizando fungos, bactérias e feromônios, por exemplo, para proteger as lavouras, possibilitando a redução no uso de defensivos agrícolas. O Centro deverá atuar ainda na área de biotecnologia e resistência de planta, focando no cruzamento convencional para o melhoramento de cultivares de cana-de-açúcar.

Referência no Brasil e no Mundo em pesquisas com cana, o IAC atuará em conjunto com a equipe de fitopatologia da Unesp no desenvolvimento de estudos básicos e aplicados para doenças fúngicas que acometem a cultura, como o carvão e a ferrugem alaranjada, além da Síndrome do Murchamento da Cana-de-açúcar (SMC), responsável pela podridão vermelha, e da bactéria causadora da escaldadura das folhas. Sem o manejo cultural adequado, como alocação correta de variedades, nutrição equilibrada e controle de broca e cigarrinhas das raízes, os produtores podem ter grandes prejuízos com essas doenças, de acordo com os pesquisadores do Instituto.

O CPE vai contar com equipe de 31 pesquisadores formada pelo grupo da Unesp Jabuticabal e seus parceiros, como o IAC-APTA a Cooperativa Agroindustrial (Coplana), a UFSCar, a Fundação Educacional de Ituverava e a Universidade de Franca.

Resistência ao carvão e à ferrugem

Segundo Ivan Antônio dos Anjos, pesquisador do IAC, a ideia é desenvolver pesquisas para obtenção de variedades de cana resistentes e tolerantes ao carvão (Sporisorium scitamineum, Sydow) e à ferrugem alaranjada (Puccinia kuehnii, Butler), além de estudos criteriosos sobre a etiologia e os aspectos epidemiológicos da SMC, supostamente causada pelo fungo Colletotrichum falcatum, Went.

“Também serão abordados estudos específicos para a doença bacteriana escaldadura das folhas, causada pela Xanthomonas albilineans, Ashby que serão conduzidos pela equipe da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em conjunto também com a equipe da fitopatologia das demais instituições participantes”, afirma o pesquisador do Instituto Agronômico.