AGPFree exige plano de estratégico por tipo de produção, garante nutricionista de aves

A utilização de antibióticos na produção avícola, há algum tempo, vem sendo questionada e combatida em âmbito global devido a provocar resistência microbiana. Há argumentos para defensores e críticos, sejam consumidores participativos e preocupados, sejam órgãos relacionados à segurança alimentar e saúde pública. O desafio dessa indústria consiste no encontro de alternativas para substituir os antibióticos melhoradores de desempenho de forma que os altos índices de produtividade sejam mantidos.

No Brasil, a produção avícola AGPFree (sem o uso de antibióticos melhoradores de desempenho) vem crescendo em função de investimentos dos fabricantes de nutrição animal e do compartilhamento de conhecimentos com toda a cadeia de produção,

Estudos comprovam que para criar aves sem AGF é necessário um plano estratégico específico para cada tipo de produção e de acordo com a realidade de cada empresa. “É preciso alinhar todos os responsáveis da produção a um único objetivo: zelar pela saúde do animal e, consequentemente, pela segurança do alimentar e saúde pública, pois as soluções alternativas ao uso dos antibióticos nem sempre são as mais econômicas para a produção animal”, recomenda Renata Marangoni, nutricionista de Aves da De Heus, uma das empresas que desenvolve essas pesquisa.

 “Muitos produtores estão buscando alternativas para esse tipo de produção levando em consideração não somente os aspectos nutricionais e tecnológicos, mas também melhorias voltadas à sanidade e biossegurança na produção”, afirma Marangoni, lembrando que os antimicrobianos melhoradores de desempenho atuam na prevenção de patologias e na redução da mortalidade e promovem melhorias nos índices de ganho de peso, redução do tempo para alcançar o peso ideal de abate e aumento da eficiência alimentar, a nutricionista ressalta que estão sendo obtidos resultados semelhantes sem o uso de antibióticos melhoradores de desempenho.

Essa realidade, garante Marangoni, mostra a possibilidade do uso de novas tecnologias, que podem ser adotas estrategicamente atendendo as mais variadas situações, adaptando as recomendações de forma assertiva para as necessidades específicas de cada cliente ou mercado. “É importante ressaltar que no momento da retirada destes aditivos, o foco deve estar relacionado à manutenção da saúde e integridade da mucosa intestinal e com fatores benéficos ao sistema imune das aves, pois estes são capazes de interferir de forma direta nos índices de desempenho”, explica Marangoni.

A nutricionista de aves da De Heus deixa um alerta: “Não há uma solução única, existem diversas tecnologias disponíveis, como probióticos, ácidos orgânicos, fitogênicos, entre outros. Por isso, sempre é possível propor soluções customizadas. Entretanto, fatores básicos e fundamentais da produção como: manejo, ambiência, sanidade e nutrição, que interferem diretamente no resultado zootécnico do lote, precisam ser avaliados e são de extrema importância para se alcançar os resultados desejados. Portanto, é imprescindível conhecer o cliente e entender quais suas condições de produção e necessidades”.

Foto de capa: RitaE por Pixabay