Nos dias 27 de abril e 8 de maio, respectivamente, o Diário Oficial da União publicou o zoneamento agrícola do feijão primeira safra e do arroz e do algodão, em continuidade às ações do Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).
No caso do feijão primeira safra, a publicação atinge 14 Estados e foi antecipada para permitir que produtores rurais, assistência técnica, agentes financeiros, seguradoras e demais entidades que utilizam os indicativos do Zarc possam ter mais tempo para o planejamento da safra.
Estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a primeira safra desde ano deverá ocupar área de 926,5 mil hectares, sendo que o cultivo do feijão das águas ocupa 70% da área total cultivada com feijão. O acompanhamento da safra brasileira em abril de 2020, relativa à produção de feijão 1ª safra da temporada 2019/2020 ficou em 1,07 milhão de toneladas.
As portarias com o Zarc ano-safra 2020/2021, para o cultivo de arroz de sequeiro – no Distrito Federal e em 15 Estados – e do arroz irrigado em São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, assim como do algodão no Distrito Federal e mais 16 Estados também foram publicadas, com novidades, pois ocorreu atualização da lista de cultivares indicadas, já que essas culturas passaram por recente revisão metodológica pela Embrapa.
O diretor do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Pedro Loyola, explica que “o Zoneamento Agrícola do arroz e do algodão foi revisado no ano de 2018, com a inclusão dos níveis de risco na metodologia. Essa nova forma de apresentar o Zoneamento permite identificar qual o risco de semeadura, por decêndio (dez dias), para os riscos de 20%, 30% e 40%, assim é possível uma melhor avaliação do risco por parte de agentes financeiros e seguradoras, permitindo ao produtor identificar a melhor data de plantio. Vale sempre lembrar que cumprir as recomendações do Zarc é obrigatório na contratação de seguro e Proagro”, destaca.
Além disso, com a meta de prevenir a proliferação de pragas e doenças, em especial o bicudo-do-algodoeiro, alguns estados têm legislação que proíbe a existência de plantas vivas de algodão em determinados períodos. O estudo de Zarc leva em conta essas janelas e procura compatibilizar o período de plantio e de colheita para não haver plantas vivas de algodão no período de vazio sanitário. Além disso, em estados onde não existe a regra do vazio sanitário, a metodologia do zoneamento foi estendida levando em conta a legislação dos estados que dispõem, de forma a preservar a eficácia do vazio em regiões fronteiriças.
Aplicativo – Produtores rurais e outros agentes do agronegócio podem acessar por meio de tablets e smartphones as informações oficiais do Zarc, ferramenta utilizada para orientar os programas de política agrícola do governo federal. O aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Informática Agropecuária (Campinas-SP), está disponível no sistema Android.
Zarc – O zoneamento tem o objetivo de reduzir os riscos relacionados aos problemas climáticos e permite ao produtor identificar a melhor época para plantar (janelas), levando em conta a região do País, a cultura e os diferentes tipos de solos.
O modelo agrometeorológico considera elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, umidade relativa do ar, ocorrência de geadas, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos geográficos (altitude, latitude e longitude).
Os agricultores que seguem as recomendações do Zarc estão menos sujeitos aos riscos climáticos e ainda poderão ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural (PSR). Muitos agentes financeiros só liberam o crédito rural para cultivos em áreas zoneadas.
O Zarc foi publicado pela primeira vez na safra de 1996 para o trigo. Hoje contempla os 26 Estados e o Distrito Federal, incluindo mais de 40 culturas.