Em um universo de 60 empresas do agronegócio brasileiro, que somam receita líquida anual total de R$ 808 bilhões (correspondente a 12,2% do PIB nacional), cerca de 10% das não têm estrutura específica de Comunicação; em 28% ela está estruturada no âmbito da Diretoria; em 26%, em Gerência: em 21% em nível de Assessoria; e, em 12%, como Coordenação. Outra informação impactante é que essas empresas, na média, destinam 0,5% do faturamento líquido à Comunicação. Essas são algumas conclusões de pesquisa que objetivou conhecer a estrutura de comunicação das empresas do agronegócio no Brasil e que foi apresentada em 2 de setembro, em São Paulo (SP), durante evento que marcou a formalização do Lab de Agronegócios Aberje/Abag, respectivamente Associação Brasileira de Comunicação Empresarial e Associação Brasileira do Agronegócio.
O evento, em dois painéis, reuniu políticos, empresários e especialistas em comunicação. O primeiro, que tratou de Agronegócio – comnunicação, poder e sociedade, foi mediado por Nicholas Vital, head de conteúdo da Aberje, e teve a participação dos deputados Alceu Moreira e José Silva, respectivamente presidente e responsável pela Comunicação, da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Já o segundo, mediado por Gislaine Balbinot, gerente de Comunicação da Abag, enfocou Narrativas e contranarrativas – sociedade, imprensa e o agronegócio. Como debatedores estiveram Juliana Lopes, diretora de Sustentabilidade, Comunicação e Compliance da Amaggi; Paulo Pereira, diretor de Comunicação Corporativa da Bayer; e o jornalista Leandro Narloch.
O Lab de Agronegócios Aberje/Abag terá como objetivo principal reforçar a cultura da comunicação nas empresas do agro, setor que responde por quase 30% do PIB nacional. A ideia do Lab é contribuir para a criação e a manutenção de uma imagem positiva do agronegócio através da Comunicação, apresentando cases de sucesso do setor, trocando experiências com profissionais de outros segmentos e estimulando as empresas a contarem as suas boas histórias. Para isso, as reuniões serão bimestrais, com lideranças do setor e executivos das empresas parceiras, assim como com autoridades ligadas ao governo e nomes importantes da Comunicação.
Como resultado prático da pesquisa, foram elencados 12 temas a serem trabalhados até 2020: Estratégia, Verdade e Transparência, Conteúdo, Clareza, Diplomacia, Colaboração, Diversidade, Comunidade, Governo, Informação, Segurança e Memória.
“A parceria entre Aberje e Abag faz todo o sentido, já que as entidades serão complementares. Enquanto a Abag reúne as principais associações setoriais do agronegócio, a Aberje já abriga muitas empresas do setor. O objetivo do Lab é ser um fórum de troca de conhecimentos que promova a cultura da comunicação nessas corporações”, afirma Hamilton dos Santos, diretor-executivo da Aberje.
A curadoria do Lab estará sob a responsabilidade do jornalista Nicholas Vital, head de conteúdo da Aberje e autor do livro Agradeça aos agrotóxicos por estar vivo.
A pesquisa e as participantes
A pesquisa foi idealizada pela Aberje e realizada pela DMR Consulting, com o apoio da ABAG e o patrocínio da Bayer. A intenção foi a de traçar um panorama daestrutura de comunicação deste setor, com o nível hierárquico, reporte, tamanho da equipe, principais processos de atuação abrangidos pela equipe interna e por contratação de fornecedores, modelo de gestão em comunicação e motivos de contratação de terceiros, também quais são os canais mais utilizados para atingir e dialogar com públicos estratégicos, a percepção do papel estratégico da área pelo board, os maiores desafios nos próximos anos, principais processos de comunicação que devem apresentar crescimento de relevância e investimento, o uso de inovações tecnológicas nos trabalhos e quais as necessidades de desenvolvimento profissional. A coleta de dados ocorreu entre os meses de março e julho de 2019, por meio de autopreenchimento em sistema online. A amostra é não-probabilística por conveniência. Participaram do estudo 60 empresas, entre associadas e não-associadas à Aberje e que figuraram entre as 400 maiores e melhores do agronegócio da revista Exame e que apresentaram total de receita líquida da ordem de R$ 808,7 bilhões, representando 12,2% do PIB brasileiro de 2017.
As empresas participantes representam praticamente todos os segmentos do agronegócio, com 35% sendo agropecuárias, 12% fabricantes de rações e de produtos de nutrição animal e 10% de máquinas e implementos agrícolas, tendo, em sua maioria, capital nacional (68%) e estão predominantemente (46%) localizadas nos Estados de São Paulo, Paraná (12%), Rio Grande do Sul (10%), Goiás (7%), Minas Gerais (7%) e os restante 18% em outros estados. Além disso, a maioria das empresas participantes são privadas nacionais, do segmento agropecuário: 60 empresas participantes são privadas multinacionais e 12% são cooperativas; têm mais de 1.000 funcionários.
Os resultados da pesquisa, em breve, estarão publicados no site da Aberje (www.aberje.com.br).