Uso de nova tecnologia no manejo de boro proporciona ganhos no canavial

A suplementação do boro é essencial para um bom resultado na hora de colheita da cana-de-açúcar. O uso de uma nova tecnologia, desenvolvida pela Agrotechnica, de Indaiatuba-SP, que tem o objetivo de aumentar a absorção e mobilidade do mineral na cultura, pode proporcionar ganhos expressivos no canavial.

Com a meta de comprovar a eficácia do produto, a empresa vem realizando pesquisas em áreas comerciais conduzidas em usinas de álcool e açúcar e fornecedores de cana principalmente no Estado de São Paulo. 

O desempenho do Octabor foi superior às outras fontes de boro, na aplicação junto com maturadores, “em todos os casos obtivemos uma resposta superior, mesmo dosando uma quantidade menor de boro em comparação com o padrão do produtor, evidenciando a tecnologia diferenciada contida no produto”, Renan Yoshida, o responsável pelas áreas de pesquisa e desenvolvimento da Agrotechnica.Na pré-maturação, o uso do Octabor também proporcionou valores de ATR (Açúcar Total Recuperável) e TCH (Toneladas de Cana por Hectare) superiores aos padrões utilizados. Nesses casos, a recomendação de aplicação do produto é de pelo menos 90 dias antes da colheita, ou 45-60 dias antes da aplicação do maturador. 

Características do produto – O Octabor é composto por 8,5% m/m de boro solúvel (110,5 g/L), fluido, para aplicações via foliar que proporciona mobilidade ao nutriente dentro da planta. Essa nova tecnologia originou o depósito recente de uma patente pela empresa.

A fórmula complexa difere tecnologicamente das outras fontes de boro comumente utilizadas na complementação nutricional da cana-de-açúcar. “É o caso do ácido bórico e o octaborato de sódio, ambos sólidos, além de não conter aditivos alcalinizantes como monoetanolamina (MEA) e amônia, por exemplo, utilizadas para neutralizar o ácido bórico, formando sais como o boro-MEA, já amplamente utilizados no campo, mas de resposta limitada”, ressalta Yoshida. 

Resultados de pesquisas – Em um experimento na cidade de Itaí-SP, o produto recentemente lançado no mercado, Octabor, aumentou significativamente o resultado final de açúcares totais recuperáveis (ATR). De acordo com Yoshida, a testemunha com tratamento padrão utilizado pela usina, chegou ao final com 121 kg/ton e o tratamento com produto na etapa de pré-maturação da cana-de-açúcar (90 DAC), chegou ao final com 136 kg/ton. “Ou seja, com o produto da Agrotechnica, o ganho foi de 15 kg/ton em relação a área testemunha, um resultado muito expressivo”, aponta. 

Mais resultados –  Experimentos em Valparaíso-SP demonstraram ganho de 22,8 kg/ton de ATR em 45 dias com o uso do produto em aplicação junto com o maturador, enquanto a área padrão com Boro-MEA também com o maturador, atingiu 17,5 kg/ton no mesmo período.  Em Sud Mennucci-SP, os números foram maiores, o ganho final foi 39,6 kg/ton (OCTABOR® + Maturador) enquanto a área padrão (Octaborato de sódio + Maturador) atingiu 33,0 um incremento de 20%. Já na cidade de Assis-SP, a pesquisa apontou incrementos ganho de 13,5 kg/ton com a tecnologia da Agrotechnica em aplicação junto com uma mistura de maturadores, enquanto a área testemunha proporcionou apenas 2,9 kg/ton. Em Araras-SP o resultado final não foi diferente, a área que utilizou o Octabor na pré-maturação (90 DAC) teve 91% de ganho de ATR, comparando com a área testemunha. Além disso, observou-se também o ganho de TCH, que superou em 8 ton/ha o tratamento padrão da Usina. Por fim, em Araraquara-SP, observou-se um incremento considerável de TAH (Toneladas de Açúcar por Hectare) na aplicação do OCTABOR® na pré-maturação em relação a um padrão com maturador. Nesse caso, o ganho de sacarose foi de 3,6 TAH.

Para Yoshida, os ganhos expressivos observados nas áreas tratadas com OCTABOR® mostram que o investimento em novas tecnologias maximiza os recursos do produtor, proporcionando altas rentabilidades, que não seriam normalmente obtidas com o uso de produtos convencionais. “A partir daí, percebemos que a obtenção de altas produtividades também está relacionada ao uso de soluções inovadoras, que possam agregar valor de forma consistente para toda a cadeia produtiva”, finaliza o profissional.

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