A John Deere oficializou projeto de colaboração com a DataFarm, startup brasileira que oferece uma plataforma de inteligência de dados capaz de identificar a origem das perdas de produtividade na lavoura, fornecendo insights regenerativos suportados por algoritmos agronômicos e modelagem climática.
“Essa colaboração vai gerar valor compartilhado para todo o ecossistema ao conectar produtores, consultores, parceiros e concessionárias John Deere dentro de um mesmo ambiente digital e com um só propósito: a eficiência agrícola, rentabilidade e sustentabilidade do produtor”, destacam os cofundadores da DataFarm, Armando Parducci e Thiago Camargo.
Essa meta está fundamentada na análise da diferença entre a produtividade potencial e real de uma propriedade rural, também chamada de o yield gap. Por meio da plataforma fornecida pela DataFarm e das ferramentas de análise de dados e conexão presentes nas máquinas da John Deere, é possível fazer diagnósticos de yield gap em propriedades agrícolas e criar um banco de informações para o produtor. Para analisar e ajudar a reduzir o gap entre a produtividade real e a atingível, são levados em consideração as interações do clima no ambiente de produção em função do relevo, tipos de solo, compactação e práticas agrícolas.
A relação da John Deere com a DataFarm começou a ser construída há dois anos. A companhia organiza anualmente o Startup Collaborator Program, iniciativa que aprofunda a interação com empresas iniciantes que possam agregar valor para os clientes da empresa no futuro. Em 2020, a agtech foi uma das selecionadas para o programa, a primeira brasileira, além de três outras startups: uma dos Estados Unidos, uma da Dinamarca e outra de Israel. A DataFarm é uma spin-off do IBRA – empresa familiar e tradicional laboratório de análise de solo, administrado atualmente pelos filhos dos fundadores: Armando Parducci e Thiago Camargo.
Como explica Thiago Camargo, a DataFarm foi criada especificamente para trabalhar com yield gap: “O barateamento de sensores, a base de dados que possuímos na DataFarm e a liderança no mercado de análise de solos foram o estímulo, e definimos como parâmetro a medição do carbono do solo como índice de qualidade. Por isso, a tecnologia é calibrada pelo carbono. Com as bases definidas, fizemos um acordo com a Embrapa Solo – Empresas Brasileira de Pesquisa Agropecuária – em 2016. O resultado dessa parceria é a construção do SpecSolo, desenvolvido em parceria e fabricado pela DataFarm”, resume e destaca que enquanto pelos métodos convencionais é possível fazer 120 análises de amostras de terra por dia, com o novo equipamento esse volume chega a 2.000 análise por dia. E mais: além de analisar o yield gap, a DataFarm realiza estudos a fim de promover a agricultura de baixo carbono, com maior capacidade de retenção de carbono no solo e menores emissões de gases de efeito estufa.
Armando Parducci, falando sobre os ganhos em produtividade medidos até agora, lembra a existência de “um gap de 35% de produtividade nas lavouras de soja e de cerca de 40% no milho, em termos genéricos”.
“A inovação é um dos pilares da John Deere há 185 anos, e a aproximação com startups, como a DataFarm, é essencial para que a companhia consiga potencializar a integração de novas soluções”, diz Dan Leibfried, diretor de Inovação da John Deere na América Latina. “Com essa colaboração, a John Deere visa também a potencializar os ganhos sustentáveis das máquinas, já olhando para o mercado brasileiro de crédito de carbono”, completa Leibfried.