O Brasil importa 76% das matérias-primas de seus fertilizantes e defensivos agrícolas da China, Rússia e Índia, que enfrentam obstáculos para manter o ritmo de produção, além de estarem limitando os embarques. Esse cenário tem causado uma crise mundial de oferta de insumos agrícolas, que já está afetando a atual safra e o planejamento 2022-2023. Além disso, os preços em dólar têm subido com frequência, aumentando muito os custos de produção, principalmente, em relação a fertilizantes, herbicidas e inseticidas. Uma das formas de minimizar os impactos da crise, é otimizar o uso desses insumos por meio de ferramentas de agricultura de precisão e digital.
A gestão agrícola de uma fazenda, por exemplo, feita com softwares e ferramentas digitais, pode ajudar a reduzir o uso de insumos. De acordo um levantamento feito pela empresa de pesquisa e consultoria agronômica Fertigeo, ao se comparar dois sistemas de manejo para o cultivo da soja, houve redução de 1/3 das aplicações de inseticidas. A pesquisa comparou o manejo Farmbox – baseado nas boas práticas agronômicas incluindo o uso do aplicativo para registro dos dados e gestão das operações agrícolas, com o manejo do produtor – que tem como prática a calendarização das aplicações de defensivos, em área de 80 ha, no município de Rio Verde (GO), durante a safra 2020/21.
Além disso, o manejo Farmbox também demonstrou um maior equilíbrio entre infestação de pragas e inimigos naturais, devido a utilização de produtos mais seletivos como os microbiológicos e reguladores de crescimento; e aplicação de controle apenas quando necessário, tendo como base os dados dos monitoramentos de pragas e plantas daninhas realizados periodicamente. “Quando se usa toda uma gama de ferramentas para adoção de inteligência agronômica, como acompanhamento da qualidade do solo, consegue-se fazer o gerenciamento desses dados para realizar uma aplicação localizada e eficiente, além de utilizar a fertilidade já existente no solo”, explica o diretor técnico da consultoria Mundo Agri, Emerson Morais.
Com os dados colhidos por meio do software, o acompanhamento do manejo é contínuo, assim como as recomendações de aplicações são feitas somente quando realmente necessárias. Morais explica que o investimento em plataformas digitais de gestão é compensado pela economia nos custos de produção e pelo aumento da eficiência da lavoura.
Segundo Samoel Carvalho, gerente do grupo Franciosi Agro, que planta algodão e soja na região de Luís Eduardo Magalhães (BA), em uma área de 9.700 hectares, o uso do Farmbox otimizou os custos de produção da fazenda. “Os monitoramentos diários e comparativos com outras safras nos ajuda muito na tomada decisão. Conseguimos ver a parte do talhão onde tem mais praga e fazer uma aplicação localizada. No decorrer de uma safra, isso significa de uma a duas aplicações a menos.”
O Farmbox, software de gestão que já monitora mais de 2 milhões de hectares no Brasil, Bolívia e Paraguai, fornece informações do plantio à colheita, como mapas de infestação de pragas, frequência de monitoramento a cada talhão, pluviometria, agenda de aplicações, estoque de insumos, previsão de colheita e de custos de produção, de produtividade e rentabilidade total ou por talhão, entre outros.
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