Luciano Almeida*
A inteligência artificial é, atualmente, uma das tecnologias mais modernas do mundo para o mapeamento aéreo de plantas daninhas e doenças nos canaviais. Com imagens de altíssima precisão, é possível identificar problemas até o nível do solo. Essa inovação tecnológica é essencial para garantir que a cana, terceira cultura mais importante do país, alcance índices ainda mais altos de produtividade e de qualidade.
A implantação de tecnologias desse tipo é urgente. Afinal, os canaviais são bastante suscetíveis a pragas, doenças e daninhas: no ano passado, foram investidos mais de US$ 1,29 bilhão em fungicidas, herbicidas e inseticidas nas lavouras de cana do País. No total, foram tratados 70,4 milhões de hectares de cana. Os dados são do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg). Entre os problemas que mais preocupam a cultura estão corda-de-viola, mamona, mucuna, colonião, braquiária e ferrugem alaranjada da cana.
O combate a essas pragas e doenças destrutivas aos canaviais resulta em sustentabilidade e produtividade da atividade. Por consequência, ajuda na manutenção de preços acessíveis dos biocombustíveis e outros produtos derivados da cana, como o açúcar. Com a evolução de projetos de mapeamento de cultivos, iniciados com a cana em 2012, hoje já é possível obter análises dinâmicas, ágeis e precisas com aviões, helicópteros ou até drones.
O detalhamento dos problemas fitossanitários e o gerenciamento das informações colhidas, em tempo real, permitem tomadas de decisão mais rápidas e assertivas, visando a racionalização e a solução dos problemas a partir do uso de defensivos com sustentabilidade econômica e ambiental. Para auxiliar nisso, o mercado conta atualmente com tecnologias capazes de gerar imagens com resolução de 0,3 mm/pixel de campos ao nível das folhas.
Com câmeras aéreas percorrendo 5.000 hectares por dia a 200 km/h, ferramentas como o FlyUP – lançado em 2020 pela UPL – se tornam extremamente úteis e necessárias para o sucesso dos canaviais. Com base no voo e no cruzamento de informações especializadas, o produtor pode obter relatórios de alta precisão sobre a condição do campo, os tipos e os níveis de ameaças, tudo isso assinado por importantes pesquisadores, com o aval mais importante: o da ciência.
*Luciano Almeida é engenheiro agrônomo, especialista em gestão empresarial e supervisor de marketing para cana e pastagem da UPL Brasil
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