Em reunião virtual com representantes da indústria, varejo, produtores rurais, empresas de insumos e serviços, instituições financeiras e ONGs, em 29 de outubro, o presidente do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), Caio Penido, propôs mudança no atual cenário que coloca pecuaristas como vilão. Destacando o Brasil como Potência Agroambiental, Penido sugeriu o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) executados por produtores, que cumprem critérios da sustentabilidade, com desmatamento ilegal zero e valorizam o Código Florestal brasileiro.
Durante a reunião, Caio Penido recebeu apoio dos participantes que, a partir de então, buscam fontes de recursos para a iniciativa. “Trata-se de uma ideia simples de valorização daqueles que preservam e cumprem com o desmatamento ilegal zero. Diversos países apontam o dedo para o Brasil, mesmo sendo o país com a maior biodiversidade e altíssimos índices de preservação da vegetação nativa, inclusive dentro das fazendas. Chegam a sugerir desmatamento zero, sobressaindo ao nosso Código Florestal. Oferecer recursos para esse projeto ousado, seria uma contrapartida dessas nações, que já não contam com riquezas naturais, como as que preservamos aqui”, sugere o presidente do GTPS.
A SRB – Sociedade Rural Brasileira está entre as entidades que anunciou seu apoio ao GTPS para a implementação do Código Florestal e regularização fundiária como formas de solucionar os problemas ambientais do agronegócio brasileiro.
Compromisso – Os representantes das indústrias que participaram da reunião, apresentaram seus planos e sugeriram o não recebimento de animais para abate, quando originados em áreas irregulares: com desmatamento, terra indígena, incluídas em áreas embargadas pelo Ibama ou que contenham histórico de trabalho análogo ao escravo.
“O momento pede uma mudança de reconhecimento do pecuarista brasileiro sobre suas ações sustentáveis. Não deve haver espaço para quem não cumprir qualquer um dos itens da sustentabilidade. E a base para isso deve ser o nosso Código Florestal Brasileiro, que nos fortalece como potência agroambiental, a favor do desmatamento ilegal zero”, aponta Caio Penido.
“A própria Nasa constatou que aproximadamente 65% da nossa área é destinada à conservação. A partir de então verifiquei que era o momento do GTPS assumir seu papel e inverter a narrativa e esse sentimento de injustiça com o Brasil, que chegou a 2020 pronto para oferecer ao mundo seus serviços ambientais, pronto para oferecer alimento, que podemos intensificar e produzir muito mais, pronto para fixar carbono no solo”, ressaltou o presidente, antes de finalizar com o questionamento: “quem é o país que mais pode colaborar agora com essas duas crises: segurança alimentar asiática e mudanças climáticas? É o Brasil.”
SRB – A ação deve envolver ainda países que têm interesse na produção brasileira e também são grandes emissores de gases do efeito estufa para que se sustente o ‘desmatamento ilegal zero’, contribuindo efetivamente para a preservação das florestas brasileiras. “As ONGs têm um importante papel na defesa do meio ambiente e isso é indiscutível. Mas é preciso compreender exatamente a importância do Código Florestal e a necessidade de sua implementação para cobrar responsabilidades e manter o monitoramento adequado com o que de fato pode ser praticado por lei, defendendo a imagem do agronegócio brasileiro no exterior”, diz Teresa Vendramini, presidente da SRB.