Tecnologia e boa gestão garantem a qualidade do café brasileiro

Quando se fala em café, o Brasil é referência mundial tanto em volume como em qualidade. No ano passado, o grão foi exportado para mais de 128 países e no segmento de cafés especiais, 12% do mercado internacional já foi conquistado pelo produto brasileiro que, em receita, supera os 20% do total de café exportado. Mesmo diante de um panorama de incertezas internamente, esse mercado também não sentiu tantos reflexos negativos. A bebida, que está presente em 98% dos lares, somente em São Paulo, no mês de março, teve o seu consumo aumentado em 35%.

Estes foram alguns dos índices comerciais positivos apresentados na segunda live das cadeias produtivas do projeto “Caminhos do Agro SP”, realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em conjunto com a TV Cultura, a InvestSP e a iniciativa privada. O evento online reuniu para um debate sobre a relevância econômica, importância significativa e histórica que o café ocupa no panorama para o desenvolvimento paulista, o Secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira; o coordenador de Marketing da Nucoffee (Syngenta), Diego Egídio; o coordenador de qualidade da Nucoffee (Syngenta), José Naves e o sócio-diretor H. COMMCOR DTVM, Luiz Eduardo de Paula. 

Para Junqueira, os patamares alcançados pelo café brasileiro na atualidade se devem, em parte, pelo investimento em gestão e tecnologia, visto que até o início dos anos 90, a produção era focada na quantidade, não na qualidade. “Falava-se muito que o melhor café ia pra fora e que só tomávamos serragem. Ao levar para o campo melhores manejo e tecnologia, houve uma melhora significativa do produto e na renda do produtor. O café brasileiro foi ponta de lança para que o Brasil fosse referência no mercado agro mundial. Ele se transformou ao longo da história e hoje é a sensação do mercado mundial”, enfatizou.

Até a chegada do cafezinho à xícara do consumidor existe uma longa cadeia, que é responsável por garantir a eficiência em todos os processos. Por isso, para Diego Egídio, da Syngenta, auxiliar o produtor a garantir a qualidade do café, que é peça chave na produção, é fundamental. A plataforma Nucoffee foi pioneira e há mais de 12 anos fornece treinamentos e suporte, do plantio ao pós-colheita, para que o cafeicultor possa produzir um café de alta performance e atender as demandas de mercado. “Levar tecnologia ao campo é essencial e temos orgulho de sermos grandes produtores dessa commodity. Aprendemos sobre café todos os dias e qualidade se demonstra absorvida na bebida”, comentou.

“A evolução da qualidade do café emana de séculos de muito trabalho, desenvolvimento e mudança de mentalidade. Vemos um mercado transformador e o café está sempre em evidência. Prova disso é um boom de cafeterias que surgiram nos últimos anos. É qualidade, da plantação do produtor à xícara do consumidor”, complementou o coordenador de qualidade da Nucoffee, José Naves, informando que o crescente mercado de cafés especiais também foi abordado, juntamente com as inovações que vêm sendo feitas na bebida para proporcionar experiências cada vez mais ricas e diversificadas ao consumidor. Mais uma vez, a atuação da Nucoffee se destacou: uma parceria entre Syngenta e a Universidade Federal de Lavras (UFLA) abriu portas para um novo perfil de café especial no Brasil. Por meio da uma técnica inovadora de fermentação controlada, foram identificadas leveduras naturais do fruto capazes de intensificar seu aroma, gosto e qualidade. A descoberta contribui para o papel cada vez mais expressivo dos cafés brasileiros no mundo e, devido aos seus aspectos ambientais e inovadores, a pesquisa também se conecta às metas do Plano de Agricultura Sustentável, especificamente ao compromisso da Syngenta de investir US$ 2 bilhões em agricultura sustentável, oferecendo ao menos duas tecnologias disruptivas por ano até 2025.

Diferente de outras partes do mundo, em que o produtor fica apenas com 5% a 10% da lucratividade do café produzido, no Brasil, com uma gestão de risco bem feita, o cafeicultor consegue auferir parte relevante dos ganhos do grão produzido. Segundo o sócio-diretor da corretora COMMCOR DTVM, Luiz Eduardo de Paula, a tendência é que o preço pago seja valorizado nas próximas safras e que haja um fortalecimento do sistema de barter, opção que veio para favorecer as negociações do produtor ao comercializar antecipadamente o seu produto. “Estamos com num nível de preço histórico. A tendência é que em 2021/2022 haja um reflexo ainda melhor da produtividade que tivemos este ano. Hoje, o produtor brasileiro se profissionalizou muito e o barter veio dar uma sustentabilidade ao negócio. Estamos em plena safra de setembro e não há pressão de mercado. O que colheu já está vendido. Quanto mais gestão, mais previsibilidade e o Brasil se aprimorou para produzir qualidade, por isso não tem como competir com o nosso país”, ressaltou.

“Caminhos do Agro SP” – O projeto “Caminhos do Agro SP” é resultado de uma parceria entre InvestSP, Fundag, TV Cultura e Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Os episódios podem ser acompanhados nos canais do YouTube da Secretaria de Agricultura e Abastecimento: https://www.youtube.com/agriculturasp e da TV Cultura: https://www.youtube.com/cultura

AGENDA CAMINHOS DO AGRO SP

23 de setembro: Episódio 4 – Regularização Ambiental

30 de setembro: Live 3 – Carne Bovina

07 de outubro: Episódio 5 – Produção Sustentável

14 de outubro: Live 4 – Leite

21 de outubro: Episódio 6 – Agro Seguro

28 de outubro: Live 5 – Citricultura

04 de novembro: Episódio 7 – Comercialização

11 de novembro: Live 6 – Papel e Celulose

18 de novembro: Episódio 8 – Consumo

25 de novembro: Live 7 – Olericultura

02 de dezembro: Episódio 9 – Exportação

09 de dezembro: Live 8 – Soja

16 de dezembro: Episódio 10 – Conectividade