Investir em pesquisa e inovação no agronegócio se traduz em maior produtividade e rentabilidade, beneficiando toda a cadeia produtiva. É o que concluiu um levantamento feito pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, que comprovou que a cada R$ 1,00 investido em suas unidades de pesquisa, o retorno econômico foi de R$ 12,20 para a sociedade. Além disso, as tecnologias adotadas por todo o setor produtivo tiveram R$ 10,9 bilhões de impactos econômicos, o que representa um retorno 18 vezes mais que o valor total investido.
Estes foram alguns dados apresentados durante o episódio “Pesquisa e Inovação”, o terceiro do “Caminhos do Agro SP”, realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo em conjunto com a TV Cultura, a InvestSP e a iniciativa privada.
O encontro online foi conduzido pelo Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira e contou com a participação do gerente do Seedcare Institute, localizado em Holambra (SP), José Veiga; do pesquisador e gerente de qualidade de sementes da Syngenta, Adhemar Oliveira; do Diretor do Departamento de Apoio à Inovação para Agropecuária do MAPA, Cleber Oliveira Soares; e do Diretor Geral do Instituto Agronômico da Secretaria de Agricultura, Marcos Machado.
Investir em pesquisa no agronegócio proporciona diretamente o melhoramento dos produtos fornecidos ao consumidor final e o aumento da renda dos pequenos e médios produtores. “A força que o agronegócio brasileiro tem atualmente, de fato, foi construída graças aos desenvolvimentos feitos pelos institutos e empresas de ciência e tecnologia. Se mudamos a história do Brasil e do estado de São Paulo, ao sairmos de importador para o maior exportador de alimentos do mundo é, sem dúvida, graças ao trabalho feito por nossos pesquisadores, cientistas e estudiosos, que tanto se dedicaram ao estudo e desenvolvimento do ecossistema”, reforçou o Secretário Gustavo Junqueira.
As pesquisas de melhoramento genético são, segundo o Diretor Geral do Instituto Agronômico, Marcos Machado, o principal motivo de o mercado contar hoje com uma gama de variedades de culturas como o arroz, café e citros. “Nosso trabalho é levar a qualidade genética que mantém esse material produtivo e resistente a doenças. Essas pesquisas são o alicerce do agro atual, que vem se tornando cada vez mais integrado, seja no controle biológico ou na genômica”, destacou.
O Diretor do Departamento de Apoio à Inovação para Agropecuária DIAGRO/SDI/MAPA, Cleber Oliveira Soares, salientou que investir em ciência, tecnologia e inovação é vital para o desenvolvimento de todas as atividades econômicas de qualquer nação. E no Brasil isso não é diferente. “Estamos vivendo um momento em que o agronegócio, como um todo, tem cada vez mais suportado a base da economia do país. A pesquisa é uma oportunidade ímpar para agregar mais valor ao setor. É a chance de alavancar a cadeia do sistema produtivo nos segmentos agroalimentar e foodtechs, principalmente para o Estado de São Paulo, que tem o maior parque agroindustrial do Brasil. É capturar valor sobre a nossa robustez do agronegócio”, ressaltou Soares.
Semente: o insumo mais tecnológico
O debate também abordou um dos insumos mais importantes do ecossistema do agronegócio: as sementes. São elas que carregam todos os avanços tecnológicos, do melhoramento vegetal, desenvolvimento de genética, resistência às pragas e doenças e características do produto final. No Brasil, cerca de 30% das sementes comercializadas são tratadas na indústria antes de chegar ao plantio. “A semente, hoje, tem muito mais tecnologia do que um carro”, salientou Gustavo Junqueira.
“Vivemos numa nova era em que a tecnologia permite o desenvolvimento de sementes de alto teor produtivo. Nosso papel como instituto é garantir a fluidez nos testes de ensaio, a aderência no tratamento das sementes e a plantabilidade das sementes tratadas. O tratamento de sementes é um investimento, um seguro imprescindível, pois é esse insumo nobre que garantirá a germinação de uma planta saudável”, explicou o gerente José Veiga Seedcare Institute, que atua em pesquisas e testes no tratamento de sementes.
De acordo com o pesquisador e gerente de qualidade de sementes Syngenta, Adhemar Oliveira, o estado de São Paulo é um dos que mais utiliza e aplica tecnologia no agronegócio, pois há uma necessidade de expandir a produtividade, sem aumentar área de produção. Para isso, a parceria entre as iniciativas público e privada é fundamental para que seja possível entender as necessidades de quem está na ponta da cadeia, atuando no campo. “Para aumentar a produtividade, a semente é o início. É a responsável por levar a tecnologia embarcada ao homem do campo para que lá expresse todo seu potencial. A atuação dos técnicos da Secretaria espalhados pelo estado e por nossas equipes comerciais de campo é fundamental, pois são esses profissionais que trazem para a indústria as necessidades e dificuldades do campo. Em conjunto, buscamos entender e buscar alternativas para inovar e levar soluções ao mercado”, explicou.
O projeto “Caminhos do Agro SP” é resultado de uma parceria entre InvestSP, Fundag, TV Cultura e Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Os episódios podem ser acompanhados nos canais do YouTube da Secretaria de Agricultura e Abastecimento: https://www.youtube.com/agriculturasp e da TV Cultura: https://www.youtube.com/cultura
AGENDA CAMINHOS DO AGRO SP
16 de setembro: Live 2 – Café
23 de setembro: Episódio 4 – Regularização Ambiental
30 de setembro: Live 3 – Carne Bovina
07 de outubro: Episódio 5 – Produção Sustentável
14 de outubro: Live 4 – Leite
21 de outubro: Episódio 6 – Agro Seguro
28 de outubro: Live 5 – Citricultura
04 de novembro: Episódio 7 – Comercialização
11 de novembro: Live 6 – Papel e Celulose
18 de novembro: Episódio 8 – Consumo
25 de novembro: Live 7 – Olericultura
02 de dezembro: Episódio 9 – Exportação
09 de dezembro: Live 8 – Soja
16 de dezembro: Episódio 10 – Conectividade