Após 10 anos de pesquisas, a Matsuda lança a MG 18 Áries II uma cultivar forrageira derivada do Áries, recomendada para a região Sul do País, que, segundo as pesquisas realizadas pela empresa, gera ganhos de produtividade de quase 20% em carne e leite e proporcionou aumento de forragem, em testes, na faixa de 25% a 30%.
Indicada para bovinos de corte e de leite, a MG18 Áries II tem uma digestibilidade acima de 60%, e isso permite que os equinos, caprinos, ovinos e bezerros também consumam essa pastagem. “É uma ótima para o gado de corte e o rebanho leiteiro, indicada ainda para bezerros”, reforça Takashi.
A MG18 Áries II possui maior quantidade de folhas comparada com a quantidade de talos. Esse fato melhora por si só a qualidade nutricional e a digestibilidade, pois as folhas são mais nutritivas e mais digeríveis que os talos. As plantas são mais baixas que a cultivar Áries e o crescimento mais prostrado (touceira menos ereta).
Segundo Alberto Takashi, engenheiro agrônomo do Departamento Técnico da Matsuda, essa cultivar é o resultado de um trabalho de melhoramento que se iniciou em 2012, com o cruzamento entre o acesso sexual (♀) SPM – 92 e a cultivar Áries (♂). Desse cruzamento, o F-1sexual foi cruzado novamente com outro material PM – 0472, que possui ótima adaptação ao clima frio. A partir daí os trabalhos de melhoramento foram focados na seleção de plantas apomíticas com características superiores para a produção de forragem, relação folha/talo, recuperação após o corte ou pastejo e, também, a adaptação ao clima frio, entre outras características.
A cultivar Àries foi lançada em 2003, para todo o território nacional, mas foi na região sul que ela acabou se aclimatando em 90% dos casos, onde foi plantada. “O Àries II surgiu para atender um mercado em potencial que é a região sul do país, pelo seu clima frio, e nesses últimos anos, pelas altas temperaturas e secas mais severas. Outro fator que levou à pesquisa foi o término do período de proteção da cultivar Áries, que foi de 15 anos” diz o técnico. Ele explica que existem diversas características morfológicas diferentes entre elas, que podem ser observadas no campo, conforme o quadro abaixo.
“Esta cultivar é caracterizada por seu hábito de crescimento mais prostrado, diferente do Áries que é ereto. A altura das plantas do Áries II também é menor, além de apresentar maior quantidade de folhas, melhor qualidade nutricional e maior produção de forragem, resultando em melhor desempenho animal no campo, seja em bovinos de leite ou de carne, sempre comparada com a cultivar Áries”, destaca o agrônomo.
Em relação ao seu manejo, no período frio ou das geadas, Takashi observa que a forrageira tropical paralisa seu crescimento em torno de 18º C e as geadas prejudicam as plantas pois, com o frio há o congelamento da água, ou seja, congela a água das células da planta. O congelamento expande a água e esse fenômeno rompe a parede celular matando a célula e, consequentemente, “queima” a planta. Por isso, recomenda-se que no período de geadas as plantas da MG18 Áries II estejam aproximadamente com 50 a 60 cm de altura fazendo com que essa “massa de forragem” protejam as gemas e os meristemas que estão na base da planta. “É importante sempre respeitar um período para a recuperação da planta após o corte ou pastejo. Mas é importante também evitar a maturação, pois isso prejudica a qualidade nutricional e o manejo”, frisa o agrônomo. No manejo deve-se sempre favorecer a fotossíntese, isso pode ser conseguido com o pastejo em plantas com 50 cm e retiradas com 30 cm.
Solos férteis é uma exigência da Cultivar Aries II — Os trabalhos realizados foram direcionados para uma cultivar com boa adaptação às regiões mais frias. Como é o caso dos três estados do Sul do Brasil. Trata-se de uma espécie de clima tropical, com boa adaptação a esse clima, mas pode ser plantada em outras regiões, observando-se, principalmente, a fertilidade do solo, pois é uma cultivar muito exigente. Regiões com altitudes acima de 1000 metros é também o mercado para esta cultivar. “Normalmente as cultivares de Panicum maximum são exigentes em fertilidade do solo, e esse é o caso da MG18 Áries II. Para estabelecer uma área com essa cultivar é necessária uma coleta de amostra do solo e, de acordo com os resultados, deve se fazer a calagem e adubação”, enfatiza o técnico.
Depois de quase 10 anos de pesquisas a cultivar MG18 Áries II deve chegar ao mercado por meio de sementes com a melhor tecnologia disponível. “Não se justifica lançar uma nova cultivar com sementes de baixa pureza e sem nenhuma tecnologia. As sementes MG18 Áries II da Série Gold são puras, tratadas com fungicida, polímero e são incrustadas com a tecnologia Incotec”, salienta Takashi.
O lançamento on-line foi feito a partir dos estúdios e canteiros agrostológicos da empresa, em Álvares Machado (SP).
CARACTERÍSTICAS | ÁRIES | MG18 ÁRIES II |
Hábito de crescimento de planta | Ereto | Semi ereto |
Altura da planta | 90 cm | 65 cm |
Diâmetro do colmo/talo | 3,16 mm | 1,86 mm |
Cerosidade no colmo | média | baixa |
Comprimento da folha | 20 cm | 17 cm |
Largura da folha | 1,28 | 1,00 |
Pilosidade na lâmina foliar | ausente | baixa |
Pilosidade na bainha foliar | ausente | pilosa |
Produção de M.S. (Kg/ha) | 20.582 | 25.734 |
Divmo da M.S. (%) | 49,1 a 61,4 | 50,3 a 64,9 |
Proteína bruta na M.S (%) | 8,5 a 13,0 | 9,4 a 14,7 |
Ganho de peso (kg/ha) | 237 | 241 |
Ganho de peso (g/animal/dia) | 596 | 623 |