A realização de um experimento para avaliar estratégias de alimentação visando ao aumento na deposição de gordura intramuscular reuniu pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP – campus de Botucatu (SP), Universidade Federal de Lavras e Universidade Federal de Viçosa à Trouw Nutrition e contou com apoio do Programa Montana. A meta é melhorar a qualidade da carne e atender a um novo nicho de mercado que cresce e procura carne mais marmorizada, com maior concentração de gordura intramuscular nos cortes nobres.
Como explica Josiane Lage, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento de Ruminantes da Trouw Nutrition, estão sendo utilizados animais cruzados, “a maioria nascidos entre dezembro 2017 e janeiro de 2018, e o objetivo é avaliar o efeito de diferentes estratégias de nutrição, logo após o nascimento sobre a deposição de gordura intramuscular”.
A expectativa, segundo o professor Otávio Rodrigues Machado Neto, da UNESP Botucatu, é a de “abater esses animais próximos de 450 kg. Apesar de ser um peso abaixo do que vem sendo preconizado hoje em dia, são animais com composição corporal bastante satisfatória para produção de carne de qualidade, pois foram suplementados durante toda a fase de cria e imunocastrados no desmame”.
A fase de campo desta pesquisa está sendo conduzida na FMVZ-UNESP Botucatu, com a qual a Trouw Nutrition tem parceria há três anos. A empresa fornece tecnologias para o rebanho comercial da instituição, doando concentrados necessários para a realização de experimentos. Todo o programa de nutrição é feito pela Trouw. Para o experimento atual, o Programa Montana disponibilizou os animais.
“A FMVZ-UNESP Botucatu conta com um sólido programa de melhoramento genético da raça Nelore, sendo integrante do PMGZ-ABCZ, e possui um segundo rebanho comercial com matrizes Nelore. Com o crescente interesse no uso de genética taurina em matrizes zebuínas para obtenção de heterose e melhoria de qualidade de carne, acreditamos que haja necessidade de maiores estudos com as diferentes opções de raças taurinas e compostos disponíveis no mercado. Por isso, solicitamos ao Programa Montana a doação de 2 touros em 2016. Conduzimos pesquisas envolvendo produtos Nelore-Montana bem como avaliação da qualidade da carne desses animais terminados em pastagens e confinamento. O fato de que os touros Montana podem ser utilizados em monta natural foi bastante importante para a escolha do composto”, destaca o professor Otávio Machado Neto. O experimento também conta com o apoio do Prof. Dr. Márcio Machado Ladeira da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e o Prof. Dr. Márcio de Souza Duarte, da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
“Esta é uma excelente oportunidade para mostrar a força da genética do composto Montana e sua contribuição para a melhoria da qualidade da carne, além de outros atributos, como fertilidade, precocidade e ganho de peso”, informa Gabriela Giacomini, gerente de Operações do Programa Montana.
Para a professora Cyntia Ludovico Martins, da UNESP Botucatu, essa parceria proporciona produtos de qualidade, agregando valor aos animais. “Trata-se de uma iniciativa extremamente positiva e inovadora. A universidade ganha muito e os alunos têm a oportunidade de conhecer as tecnologias in loco”, avalia Cyntia Martins.