ARTIGO – O engenheiro agrônomo 4.0 e as (r)evoluções da era digital

No livro “Uma breve história da humanidade”, Yuval Harari expõe uma importante reflexão sobre a consolidação da espécie humana no planeta, sendo justificada por três importantes revoluções: Cognitiva, Agrícola e Científica.

Em pleno século XXI, essas revoluções ainda ocorrem de forma evidenciada em nossa sociedade.

Contudo, qualquer revolução é originária de uma insatisfação ou incômodo, ao passo que evolução está relacionada às mudanças adaptativas. Podemos perceber que tais conceitos acontecem simultaneamente nos âmbitos profissional e pessoal.

Com tantas mudanças e inovações, não podemos deixar de citar uma importante obra de Joseph Schumpeter: A Teoria Schumpeteriana.

Nesta teoria, entende-se que o boom econômico está na inovação de novos produtos/processos, na qual gera uma onda de investimentos que elevam os indicadores econômicos. Em consequência, novas inovações são criadas e alocadas de forma competitiva no mercado em relação aos concorrentes com tecnologias ultrapassadas. Aflora uma das principais essências do capitalismo: A destruição criativa. Além disso, os ciclos de inovação são mais acelerados em função do tempo. Por analogia, as inovações do século XVIII duravam por volta de 60 anos, enquanto que nos dias atuais os smartphones são lançados numa frequência incalculável.

Não diferente de outros setores da economia, a chuva de inovações invadiu o agronegócio!

Métodos computacionais de alto desempenho, rede de sensores, conectividade, robótica, BigData, IoT, blockchain, inteligência artificial… Todos estes termos chegaram à porteira do produtor rural.

Qualquer etapa da produção agrícola está recheada de tecnologias inovadoras. Automação na coleta de dados agrícolas, utilização de sensores para mensuração de parâmetros agronômicos, monitoramento de pragas georreferenciado com prescrição automática de insumos em taxa variável, drones e vants para aplicação de defensivos, mapeamento instantâneo de atributos físico-químicos do solo, sistemas de irrigação inteligente, entre outras infinidades de inovações que já estão no mercado.

As estratégias agronômicas serão baseadas em mega dados, esperando apenas por um “click” do engenheiro agrônomo.

Neste contexto, questiona-se: Qual o perfil do profissional do agro 4.0? Será exigido mais habilidade técnica ou competência humana?

Sem dúvidas, o conceito de “lifelong learnig” será demandado na prática pelos profissionais da era digital. Ou seja, seremos eternos aprendizes e infinitos pescadores de novos conhecimentos, haja vista que a era digital é multidisciplinar, imprevisível e de mudanças exponenciais.

O analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender, e reaprender (Alvin Toffler).

No entanto, não basta que o profissional do agro seja apenas um fantoche de informação. O agro 4.0 vai exigir muita cooperação, empatia, ética, adaptabilidade, inteligência socioemocional e criatividade.

Enfim, lembrem-se da conhecida frase de Druker: “As pessoas são contratadas pelas suas habilidades técnicas, mas são demitidas pelos seus comportamentos”.

 E você está realmente preparado para a Agricultura 4.0?

Michael Ortigara Goulart é engenheiro Agrônomo Trainee no Grupo Morena

 

 

 

 

 

 

 

 

*Texto veiculado pelo autor no LinkedIn

 

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