Pesquisa com produtores comprova evolução da qualidade dos cafés brasileiros

Em 2018, ano em que o Brasil colheu a maior safra de café da sua história, totalizando  volume equivalente a 61,66 milhões de sacas de 60kg, com produtividade média de 33,07 sacas por hectare, numa área de cultivo de 1,86 milhão de hectares., a Pesquisa Safra Cafeeira 2018, realizada pelo CaféPoint e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), no período de 4 de outubro a 23 de novembro de 2018 com 280 cafeicultores dos seis principais Estados produtores de café – Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Rondônia e Paraná – constatou melhoria bastante significativa na qualidade dos Cafés do Brasil nessa safra.

A meta foi fazer um diagnóstico da safra por meio do levantamento de informações sobre desempenho da safra nas regiões cafeeiras, sistemas de produção, condições das lavouras, incidência de pragas e comercialização. A iniciativa, de acordo com o assessor técnico da Comissão Nacional de Café da CNA, Maciel Silva, resulta da necessidade de avaliar problemas constantes nas safras do grão, permitindo obter informações mais reais sobre a cultura a cada ano. Os resultados devem nortear o trabalho da CNA em 2019, embasando, inclusive, a reivindicação de políticas públicas, frisou Silva: “É importante para termos um retrato da safra. Caso seja verificado algum problema específico, será mais uma ferramenta para direcionarmos as ações da Comissão. No ano passado, por exemplo, foram verificadas muitas ocorrências da Broca-do-café. Neste ano fizemos uma campanha para alertar os produtores sobre o controle adequado da praga”.

A pesquisa aplicou um questionário com 13 perguntas de múltipla escolha, enfocando qualidade, produção, comercialização, problemas com pragas e doenças na lavoura e características fundiárias das propriedades. Dos respondentes, 93% produzem café arábica e 7%, café conilon, sendo que as áreas de cultivo dos respondentes somaram 18,427 mil hectares de café.

Segundo a pesquisa, 68% dos produtores responderam que tiveram um café de qualidade melhor em relação à safra anterior, enquanto 23% produziram um grão com a mesma qualidade e 9% inferior. Para 84% dos participantes, ao volume colhido foi superior ou igual ao de 2017, reflexo da bienalidade positiva e do clima favorável neste ano.

O levantamento apontou também que 64% não fazem contratos de venda futura da produção, optando por vender a lavoura no momento da colheita ou armazenar os grãos na propriedade para comercialização no mercado físico. Por outro lado, 36% afirmaram realizar a venda futura, dos quais 23% por meio de cooperativas e 13% de outras formas, como pelas corretoras. Ainda de acordo com o estudo, 36,2% disseram que a ferrugem foi a principal doença que atacou a lavoura, seguida por bicho mineiro (22,8%) e broca do café (22,6%). A pesquisa apontou, ainda, o perfil fundiário dos cafeicultores e constatou que 66% das propriedades têm menos de 20 hectares, o que mostra a importância dos pequenos produtores para a atividade.

A íntegra da pesquisa está disponível para download em https://www.cnabrasil.org.br/assets/arquivos/pesquisas/An%C3%A1lise-da-Pesquisa-Safra-Cafeeira-2018-CAPA.pdf.

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