Produção de aves e de suínos crescerá em 2019, aponta a ABPA

A produção de carne de frango em 2019, de acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), tende a ser 1,39% superior, alcançando produção de 13,2 milhões de toneladas. Já a produção de carne suína é projetada pela associação na casa das 13,2 milhões de toneladas, ritmo 1,39% superior ao e 2018.

Comparando com os volumes de 2018, as expectativas são positivas. A carne de frango deverá totalizar neste ano 12,82 milhões de toneladas, volume 1,7% inferior às 13,05 milhões de toneladas produzidas em 2017, com as exportações do segmento encerrando ano com total de 4,1 milhões de toneladas, volume 5,1% menor em relação às 4,32 milhões de toneladas exportadas em 2017, enquanto a oferta interna situa-se em 8,73 milhões de toneladas e o consumo per capita de carne de frango tende a crescer 0,63%, chegando a 41,8 quilos em 2018.

A produção de carne suína deve apresentar retração de 3,2%, alcançando 3,63 milhões de toneladas. Em 2017, foram produzidas 3,75 milhões de toneladas. Os embarques do segmento deverão totalizar 640 mil toneladas, volume 8% inferior às 697 mil toneladas exportadas em 2017. Frente a uma oferta interna de 3,07 milhões de unidades, o consumo per capita de carne suína deverá ser de 14,35 quilos neste ano, 2,6% menor que o consumo registrado em 2017.

Em fluxo positivo, produção de ovos deverá apresentar elevação de até 10% em 2018 em relação às 39,9 bilhões de unidades produzidas em 2017, chegando a 44,2 bilhões de unidades. As exportações do segmento superarão as 10,8 mil toneladas, em índice de crescimento 80% acima do realizado no ano passado. O consumo per capita de ovos atingirá a marca histórica de 212 unidades, que supera em 10,4% o índice registrado no ano passado.

De acordo com o presidente da ABPA, Francisco Turra, entre os fatores positivos ocorridos ao longo de 2018, estão a habilitação de 26 novas plantas para exportações de carne de frango para o México, a viabilização do mercado cambojano para o setor avícola brasileiro e a abertura dos mercados da Coreia do Sul e da Índia para a carne suína. A Rússia, após 11 meses de negociação, também reabriu seu mercado para o setor de suínos, e a crise sanitária corrente na China conduziu à lacuna de cerca de 4 milhões de toneladas (conforme informações levantadas pela Consultoria Asia Agro Aliance), como impacto direto aos focos de peste suína africana.

Em relação aos custos de produção, Turra destaca que os preços do milho e o farelo de soja – que representam até 70% dos custos produtivos – foram os principais fatores de influência. Comparativamente com os dados de 2017, o preço do milho chegou a ficar até 50% maior, e o do farelo de soja, até 40%. “O preço dos insumos no mercado interno impulsionou negócios com produtores de grãos de países vizinhos, como a Argentina e o Paraguai. As previsões de oferta de produtos apontam em 2019 um ano com menor custo de produção em relação ao ano anterior”, analisa.

Neste contexto, o diretor-executivo da ABPA, Ricardo, Santin, destaca o câmbio, que foi favorável às exportações brasileiras, especialmente ao longo do segundo semestre: “Considerando fatores como custos de produção e preços internacionais de produtos, a relação dólar X real é favorável ao setor produtivo em patamares acima de R$ 3,50”.

Novo governo – Há grande expectativa, também, com relação ao novo governo, destaca Turra. No fim de novembro, a ABPA apresentou ao Grupo de Transição da futura Presidência da República um documento com demandas da avicultura e da suinocultura. Entre os pontos abordados no documento, estiveram a desburocratização no processo de habilitação de plantas frigoríficas, o fim do estabelecimento do frete mínimo; a melhoria da infraestrutura logística, o fortalecimento da segurança nas estradas contra o roubo de cargas e a realização de acordos internacionais.

A ABPA também definirá novas estratégias de trabalho para o próximo ano. Neste mês, a associação deu início ao Projeto 500K, um plano estratégico em conjunto com as empresas exportadoras e a consultoria da EY. O objetivo é fortalecer a atuação em mercados estratégicos para o setor, com a meta de alcançar um volume médio de exportação de carnes de aves e de suínos de cerca de 500 mil toneladas mensais.

Exportações janeiro-novembro – As exportações totais de carne de frango nos nove primeiros meses do ano alcançaram 3,748 milhões de toneladas, 6,3% menor em relação às 3,999 milhões de toneladas embarcadas entre janeiro e novembro de 2017. As vendas de carne de frango geraram receita de US$ 5,99 bilhões no período, saldo 10,8% menor em relação às US$ 6,712 bilhões realizadas no ano anterior.

Os embarques totais de carne suína alcançaram 589,2 mil toneladas em 2018, volume 8,4% menor em relação às 643,5 mil toneladas embarcadas entre janeiro e novembro de 2017. O saldo em receita no período é de US$ 1,105 bilhão, cifra 26,8% inferior à registrada nos 11 primeiros meses de 2017, com US$ 1,509 bilhão.

No caso do setor de ovos, o total exportado chegou a 9,991 mil toneladas, volume 83,9% superior às 5,434 mil toneladas embarcadas no mesmo período de 2017. Em receita, as vendas alcançaram US$ 15,1 milhões, 101,9% acima das US$ 7,4 milhões realizadas entre janeiro e novembro de 2017.

As informações foram apresentadas pela ABPA em coletiva de imprensa realizada em 13 de dezembro, em São Paulo (SP).

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