O programa Adjuvantes da Pulverização, como resultado de investimentos e estudos ao longo de dois anos no desenvolvimento e na validação científica de uma cabine específica para simular aplicações de defensivos agrícolas sob diferentes condições de ocorrência de chuvas, passa a desenvolver, em seu laboratório de Jundiaí (SP), a análise de mais uma funcionalidade de produtos adjuvantes: o chamado efeito adesivo destes insumos no processo de pulverização agrícola.
De acordo com o pesquisador Hamilton Ramos, coordenador do programa, a nova técnica de pesquisa ancorada na cabine de pulverização e simulação de chuvas foi integralmente desenvolvida no CEA-IAC.
Ramos explica que os adjuvantes constituem produtos químicos empregados na preparação da calda de defensivos agrícolas, antes, portanto, da pulverização de lavouras. Sob o ponto de vista agronômico, enfatiza o pesquisador, os adjuvantes interferem na eficácia da pulverização, ao agregar aos defensivos agrícolas efeitos do tipo adesivo, espalhante, umectante ou penetrante, por exemplo. “Um adjuvante de funcionalidade duvidosa, associado a um defensivo de boa qualidade, coloca em risco o investimento no controle de pragas, doenças e plantas daninhas”, resume o pesquisador.
O Programa Adjuvantes da Pulverização existe há mais de dez anos e resulta de parceria entre o setor privado e o Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Certificação e registro – Conforme salienta o pesquisador, no mês de outubro último, o programa Adjuvantes da Pulverização entregou a seis companhias as primeiras certificações pelo novo Selo de Qualidade de Funcionalidade para Adjuvantes Agrícolas, recém-criado, após a realização de investimentos no laboratório do CEA-IAC. Receberam o reconhecimento as empresas Agrocete, Apex Agro, Equilex Chemicals, Momentive Performance Materials, Thera Química e Vittia.
Ramos lembra que adjuvantes agrícolas não contam com exigência de registro nos órgãos reguladores, ao contrário do que ocorre com os defensivos agrícolas. “Como não há controle regulatório, o mercado precisa buscar mecanismos que assegurem a qualidade dos adjuvantes comercializados no Brasil, daí o surgimento desse conjunto de pesquisas que deu origem ao selo, agora expedido pelo CEA-IAC.” Ramos acrescenta ainda que pelo menos dez empresas do setor de adjuvantes, além das seis que já receberam o selo, estão submetendo produtos a análises com vistas à certificação de funcionalidade.
“O selo transfere ao fabricante a chancela de qualidade e também leva segurança ao produtor rural, no momento de optar pelos adjuvantes que utilizará na safra, nos tratamentos frente a pragas, doenças e plantas daninhas, que exigem investimentos representativos nas propriedades”, conclui Ramos.
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