COP26 – US$ 3 bilhões serão investidos no agro brasileiro por empresas signatárias do IFACC

Oito instituições financeiras e empresas do agronegócio anunciaram um compromisso de US$3 bilhões para a produção de soja e gado livre de desmatamento e conversão de habitats naturais, na América do Sul. O acordo prevê, ainda em 2022, a liberação de mais de US$ 200 milhões em desembolsos e tem a meta de atingir US$ 10 bilhões em compromissos e US$ 1 bilhão em desembolsos, até 2025. Esse é o resumo da iniciativa Inovação Financeira para a Amazônia, Cerrado e Chaco (IFACC).

As empresas – &Green Fund, Agri3, DuAgro, Grupo Gaia, JGP Asset Management, Syngenta, Sustainable Investment Management e Vert – são as primeiras signatárias desse documento, intitulado Declaração do IFACC, assinado na Cúpula de Líderes Mundiais, na COP26, como parte de seus planos para mudar a produção de commodities na região para um modelo mais sustentável.

As produções de gado e soja estão entre os maiores indutores do desmatamento e da conversão da vegetação natural, nesses valiosos ecossistemas. Portanto, a expansão de investimentos em modelos de produção livres de desmatamento é crucial. Essa iniciativa complementa outros esforços como compromissos feitos pelas próprias cadeias de valor, sistemas de rastreabilidade, reforma de políticas de uso da terra e comercialização e abordagens jurisdicionais. Os compromissos feitos por essas entidades privadas irá acelerar o fluxo de capital para os agricultores, viabilizando a transição para modelos de negócios mais sustentáveis, incluindo a expansão da produção em pastagens degradadas e aumento da produtividade – por exemplo, por meio da intensificação sustentável da pecuária.

A Amazônia, o Chaco e o Cerrado enfrentam um risco significativo de conversão, com a demanda global pela agricultura crescendo a uma taxa expressiva – mais do que o dobro da taxa de aumento da população humana. Ao mesmo tempo, a crescente demanda internacional por produtos livres de desmatamento, as mudanças regulatórias nos países consumidores e as expectativas dos investidores, também estão evidenciando à necessidade de uma grande transição nos sistemas de produção de alimentos. Novos modelos de colaboração, como o IFACC, podem ajudar a acelerar a mudança necessária para atender a essas tendências emergentes.

Foto: Compre Rural