A necessidade de serem produzidos com procedência controlada e altos padrões de qualidade, desde o plantio até o seu preparo, torna os cafés especiais e certificados usuários naturais do controle biológico para manejo de pragas e doenças na cafeicultura, favorecendo obtenção de certificações orgânicas e socioambientais. Essa aplicação é potencializada pelo fato de que, quanto mais se utilizam dos insumos biológicos, melhor a planta responde de forma natural e equilibrada, concentrando seu gasto energético na produção de grãos perfeitos.
Rodrigo Rodrigues, gerente comercial Centro-Sul da Koppert, explica que os cafeicultores são remunerados de acordo com a qualidade da bebida que o grão proporciona. “Quanto menos defensivo químico o produtor utilizar, mais chance de a qualidade da bebida ser melhor e de mais alto ser o valor pago pelo café”. Além disso, Rodrigues lembra que a cultura do café é uma das mais certificadas do Brasil e que o manejo biológico é exigência de diversas certificações, pois, entre outras vantagens, não deixa residual nos frutos.
A Koppert tem um portfólio completo de biodefensivos para serem utilizados em todas as fases da cultura e para as principais pragas e doenças de acometem os cafezais, tais como nematoides; fungos de solo; broca-do-café; bicho-mineiro; ácaros, lagartas e cochonilhas.
Além dos benefícios em relação aos cafés especiais e certificados, o controle biológico vem ganhando espaço também por causa da resistência de muitas pragas e doenças aos agroquímicos e para atender um mercado consumidor mais exigente na procura por alimentos saudáveis e sustentáveis. “Ainda assim, o biológico representa cerca de 5% no manejo da cultura do café, mas o cafeicultor vem, ainda de forma conservadora, se adequando às questões de compatibilidade e de tempo de controle populacional em relação aos defensivos químicos”, diz Dennis Dunkl, consultor técnico de vendas da Koppert.
Cafeicultores de Patrocínio (MG), com lavouras certificados, têm adotado o uso do controle biológico. José Antonio Pinto Ferreira conta que passou a usar biodefensivos para o controle da broca-do-café, fungos de solo e nematoides. “Optei pelo controle biólogo por não agredir o meio ambiente e manter os predadores naturais no caso de aplicações foliares, e no solo, por apresentar maior efetividade”, explica.
Para Ferreira, o equilíbrio do sistema retornou ao cafezal. “Os resultados são ótimos, porque hoje vejo teia de aranha na lavoura, abelhas, joaninhas, ninhos de pássaros, o que anteriormente não acontecia. Percebemos também raízes mais ativas e é claro que isso influenciou positivamente na parte aérea da planta e na produtividade, que teve um aumento significativo, além de diminuir o custo de produção.”
A Fazenda Nunes Coffee iniciou o manejo biológico ano passado, e ainda está fase de transição, utilizando também produtos químicos. “Optamos pelo controle biológico por ser uma alternativa viável economicamente e pensando também em produzir com qualidade e sustentabilidade”, explica o produtor Gabriel Alves Nunes.
Foto: Divulgação