A produção brasileira de carne de frango deverá crescer entre 3% e 4% em 2020, alcançando o total de 13,7 milhões de toneladas. As exportações do setor, por sua vez, devem atingir patamares equivalentes, entre 3% e 5%, alcançando 4,45 milhões de toneladas. Já para o mercado interno, as projeções de consumo indicam elevação de 2,5%, com total de 43,9 quilos per capita ano em 2020. Essas estimativas para 2020 foram informadas pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em coletiva de imprensa virtual, realizada em 15 de julho.
Na ocasião também foram apresentadas as medidas adotadas pelo setor produtivo com a finalidade de garantir a ausência de riscos ao consumidor devido aos cuidados com os alimentos, e pelos cuidados que todos os consumidores devem tomar antes de consumir qualquer produto.
Em carne suína, a produção prevista para o ano é 4% a 6,5% maior em relação ao efetivado em 2019, alcançando até 4,25 milhões de toneladas, segundo as projeções da associação. A entidade antevê um salto expressivo nas exportações do ano, podendo alcançar pela primeira vez 1 milhão de toneladas, 33% a mais que o efetivado em 2019. Já o consumo per capita de carne suína deverá se manter estável, com total de 15,3 quilos per capita no ano.
“O empenho setorial para a manutenção do abastecimento permitiu manter a produção e as exportações em bons níveis de crescimento. Apesar dos impactos da pandemia, que restringiu este potencial, os indicadores apontam um horizonte positivo para a avicultura e a suinocultura do Brasil”, celebra Francisco Turra, presidente da ABPA.
“A Ásia é o grande drive das exportações internacionais, não apenas do Brasil. A lacuna deixada pela Peste Suína Africana na produção dos países asiáticos e no trade global continuará a ditar o comportamento das exportações brasileiras e dos demais exportadores internacionais de aves e de suínos. O bom desempenho das exportações reduz os impactos decorrentes da alta dos insumos e da elevação dos custos decorrentes da situação de pandemia”, ressalta Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA, frisando que “o Brasil vai sair da pandemia em melhores situações com relação ao frango, enquanto a carne suína está fugindo da curva em função da peste suína africana”. Comemorou, também, a geração de 20 novos empregos no período.
Exportações no 1° semestre 2020
Carne suína – As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 96,1 mil toneladas em junho. O número supera em 50,4% o volume embarcado no sexto mês de 2019, com total de 63,9 mil toneladas. Em receita, o desempenho mensal registrou alta de 43,4%, com US$ 198 milhões de saldo registrado em junho deste ano, frente a US$ 138,1 milhões em 2019.
No acumulado do ano, as vendas de carne suína seguem 37,01% maior este ano, em comparação com 2019. Foram 479,4 mil toneladas entre janeiro e junho de 2020, contra 349,9 mil toneladas exportadas nos seis primeiros meses do ano passado. Em receita, houve elevação de 52,5% no mesmo período comparativo, com US$ 1,076 bilhão este ano e US$ 705,6 milhões em 2019. Carro-chefe das exportações brasileiras, as vendas para a Ásia chegaram a 374,5 mil toneladas no primeiro semestre deste ano, saldo 83,1% superior ao registrado em 2019. A China, maior importadora de carne suína do Brasil, foi destino de 230,7 mil toneladas no período (+150,2%). Hong Kong, no segundo posto, importou 18,6% a mais, com 92,9 mil toneladas. Outro mercado de destaque foi Singapura, com 27,8 mil toneladas (+51,6%).
Carne de frango – As exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 341,9 mil toneladas em junho, volume 12,4% menor que o registrado no mesmo período do ano passado, com total de 390,5 mil toneladas. Em receita, o saldo de exportações chegou a US$ 446,5 milhões em junho, número 30,95% menor em relação ao registrado no mesmo período de 2019, com US$ 646,2 milhões.
No acumulado do ano, as vendas do setor se mantiveram positiva em 1,7%, com 2,106 milhões de toneladas embarcadas entre janeiro e junho deste ano, contra 2,072 milhões de toneladas em 2019. No mesmo período, as vendas para o mercado externo geraram receita de US$ 3,144 bilhões, número 8,8% menor em relação ao saldo do primeiro semestre de 2019, com US$ 3,448 bilhões.
Da mesma forma que no setor de suínos, o mercado asiático foi o principal destino das exportações brasileiras – chegaram a importar 837,3 mil toneladas no primeiro semestre, número 15% maior que o efetivado no mesmo período de 2019. Principal destino, as vendas para o mercado chinês seguem positivas, com alta de 32% e embarques de 346,3 mil toneladas entre janeiro e junho de 2020. Singapura, com 67,6 mil toneladas (+49%), Filipinas, com 43,8 mil toneladas (+72%) e Vietnã, com 19,8 mil toneladas (+73%) foram os destaques nas vendas para a região neste ano.
Setor contra a pandemia
A ABPA reitera o compromisso setorial de atuar pela preservação da saúde dos colaboradores, com a adoção de estratégias em todo o sistema produtivo – implantadas por iniciativa das próprias empresas já em março.
As empresas do setor frigorífico seguem rigidamente a lei brasileira (Portaria Interministerial n° 19) e também o protocolo setorial validado cientificamente pelo Hospital Albert Einstein, que estabelece uma série de medidas protetivas aos colaboradores, como:
- Proteção buconasal (máscara cirúrgica), faceshield e outros, além dos habituais uniformes, luvas, máscaras e outras camadas de proteção.
- Barreiras laterais, impedindo contato entre os colaboradores na linha de produção;
- Afastamento de todos os colaboradores identificados como grupo de risco,
- Intensificação das ações de vigilância ativa, o monitoramento da saúde
- Adoção de medidas contra aglomerações em restaurantes, transportes e outras áreas,
- Reforço da rotina de higienização de todos os ambientes dentro e fora dos frigoríficos várias vezes ao dia.
Importante lembrar: antes mesmo da determinação de quarentena em todo o país, suas empresas associadas já haviam implementado esforços contínuos e medidas eficazes para a proteção e cuidados com a saúde dos seus colaboradores e a manutenção dos alimentos para a população.
Também foi reforçada a impossibilidade de risco de contaminação de alimentos por Covid-19. Não são palavras apenas da ABPA: a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), e órgãos internacionais como o Instituto Federal Alemão para Avaliação de Riscos e o Departamento de Saúde do governo australiano confirmam este fato, com base em avaliações científicas. Isto vale para qualquer tipo de alimento.