Exportações do Agro sobrem 17,9% em maio e são recorde para o mês

Vendas internacionais de café têm alta de 5,2% em relação a maio de 2019

O Boletim da Balança do Agronegócio, elaborado pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), aponta que o agronegócio brasileiro registrou valor recorde nas exportações de maio com crescimento de 17,9%, atingindo a casa dos US$ 10,9 bilhões e correspondeu a 60,9% do total exportado pelo País.

Por outro lado, as importações de produtos do agronegócio diminuíram de US$ 1,18 bilhão (maio 2019) para US$ 835,78 milhões em maio deste ano, recuo de 29,3%. Com esse resultado, o saldo da balança totalizou US$ 10 bilhões.

O desempenho reflete, principalmente, os embarques de soja em grão (US$ 5,2 bilhões), carne bovina (US$ 780 milhões), açúcar (US$ 767 milhões) e café verde (US$ 468 milhões).

Café

Os dados do relatório compilado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) apontam que o Brasil exportou em maio deste ano 3 milhões de sacas de café, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído. A receita cambial gerada no mês com as exportações foi de US$ 370,7 milhões e o preço médio da saca foi de US$ 124,44, alta de 5,2% em relação a maio de 2019.

Com relação às variedades embarcadas no mês passado, o café conilon (robusta) apresentou aumento de 4,7% nas exportações em relação a maio de 2019, com 484,1 mil sacas exportadas (16,3% da participação das exportações por variedade). Já o café arábica representou 73,8% do volume total de café exportado no mês, com 2,2 milhões de sacas embarcadas, apresentando uma queda de 27,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O café solúvel representou 9,9% dos embarques, com a exportação de 296,1 mil sacas.

“Os volumes exportados em maio apresentaram uma boa performance, principalmente se levarmos em conta o fato de estarmos no penúltimo mês do encerramento da safra de ciclo baixo (19/20), bem como atravessando um período desafiador de pandemia. Apesar da redução dos volumes em relação a maio de 2019, destaca-se o significativo crescimento do café conilon, que já reflete os bons resultados da colheita da nova safra (20/21). Importante destacar os esforços da cadeia do agronegócio brasileiro de café, utilizando todos os estoques disponíveis para continuar atendendo a demanda do mercado global sempre com qualidade, eficiência e sustentabilidade, destacando-se juntamente com outras commodities agrícolas para os resultados positivos na balança comercial do país. Em relação à sustentabilidade, salientamos a importância da preservação da saúde de todos os envolvidos na cadeia, dos colaboradores aos consumidores, passando pela produção, logística, comercialização e indústria, seguindo rigorosamente os cuidados e medidas de prevenção, orientados pela OMS e órgãos estaduais e municipais de saúde. Afinal, todo o empenho do setor tem um único objetivo: propiciar ao consumidor aquele momento tão prazeroso de saborear uma boa xícara de café a qualquer hora do dia”, declara Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.

Cafés diferenciados

Nos primeiros cinco meses deste ano, o Brasil exportou 2,7 milhões de sacas de cafés diferenciados (aqueles que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis) que representaram 16,1% do total embarcado no período. A receita cambial dessa modalidade foi de US$ 455,4 milhões, correspondendo a 20,7% do total gerado com os valores da exportação de café no período. Já o preço médio da saca de cafés diferenciados ficou em US$ 171,04.

Os 10 maiores países importadores da modalidade representaram 78,7% dos embarques no período de janeiro a maio deste ano. Os Estados Unidos seguem sendo o país que mais recebe cafés diferenciados do Brasil, com 498,5 mil sacas exportadas (equivalente a 18,7% de participação nas exportações da modalidade), seguido pela Alemanha, com 359,9 mil sacas (13,5%) e Bélgica, com 324,6 mil sacas (12,2%). Na sequência estão: Japão, com 261,8 mil (9,8%); Itália, com 201,8 mil (7,6%); Reino Unido, com 111,6 mil (4,2%); Espanha, com 109,2 mil sacas (4,1%); Suécia, com 80,6 mil sacas (3,0%); Canadá, com 76 mil sacas (2,9%); e Coréia do Sul, com 70,9 mil sacas (2,7%).

Os dois boletins foram divulgados no dia 10 de junho.

Foto de capa: Jason Goh por Pixabay