Durante o ano passado, o Índice Nacional de Custos da Atividade Florestal (INCAF), acumulou alta de 1,9% no ano, ante uma inflação de 4,3%, como medida pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA). A informação foi divulgada em 7 de fevereiro de 2020 pela Pöyry – empresa internacional de engenharia, projetos e consultoria que, desde 2007, trimestralmente, publica o Radar, com dados de preços e custos da indústria de base florestal.
“A variação do INCAF abaixo da inflação em 2019 é resultado principalmente da redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e, em segundo lugar, da queda do preço em dólar dos fertilizantes importados”, explica Dominique Duly, gerente de consultoria em Energia e Agroindústria da Pöyry no Brasil.
Segundo Duly, os resultados do quarto trimestre do ano passado, quanto o INCAF subiu 0,2%, em comparação a uma inflação de 1,8%, foram diretamente afetados por estes dois fatores, mas “eles foram compensados pelo aumento dos custos com mão-de-obra, taxa de câmbio e óleo diesel, o que resultou na quase estabilidade do índice”.
O aumento limitado do INCAF em 2019 acontece após dois anos consecutivos de aumento acima da inflação. Isto, junto com a leve desvalorização do real em relação ao dólar americano durante o mesmo período, contribuiu para reforçar a competitividade da cadeia de valor florestal do Brasil nos mercados internacionais.
A consultora acrescenta que, no curto prazo, a evolução do INCAF nem sempre repercute nos preços de madeira pagos pelas indústrias, que dependem muito mais do balanço entre a oferta e a demanda ou de alguns fatores exógenos, como o dinamismo do mercado de construção americano. “Ainda assim, é um importante termômetro que possibilita avaliar a rentabilidade dos produtores de madeira”.