Quimiofobia pode prejudicar a sociedade, atrasando avanços tecnológicos em diversos setores, garantem pesquisadores

A quimiofobia pode ser definida como um medo exacerbado e irracional a tudo que tenha procedência química. Entretanto, este pensamento é invalidado quando reconhecemos que tudo em nossas vidas é composto por química. Desde alimentação, remédios, utensílios para higiene ou soluções tecnológicas. Cada substância no universo é um produto químico, inclusive, o corpo humano. Atento a este preocupante cenário, o International Life Sciences Institute (ILSI) Brasil realizou o simpósio “Quimiofobia: Fato ou Fake? – Impacto no seu cotidiano”, por meio das Forças-Tarefa Agroquímicos e Food Safety. O evento reuniu, no dia 4 de dezembro, profissionais de saúde, nutrição, toxicologia e agropecuária, que expuseram dados científicos que comprovam os benefícios de processos químicos para a humanidade, por meio de tecnologia cada vez mais segura. 

Os palestrantes convidados para a discussão foram Drª Elizabeth Nascimento (FCF-USP), que falou sobre o uso de químicos na vida diária; Dr. Gustavo Belchior (Core US), sobre quimiofobia e comunicação; Dr. Edivaldo Domingues (Unesp), que discorreu sobre praguicidas; Drª Adriana Arisseto (Unicamp), especialista em aditivos alimentares; Dra. Maria Inês Harris (Instituto Harris), que ministrou a palestra “cosméticos”; e Dra. Susanne Rath (Unicamp), que abordou o tema drogas veterinárias. O painel de discussão final, com participação de todos os palestrantes, teve como mediador o Jornalista Leandro Narloch. O evento teve coordenação científica dos Doutores Flavio Zambrone, CEO do Instituto Brasileiro de Toxicologia (IBTox); e Adriana Arisseto e Maria Cecília Toledo, ambas Professoras da Faculdade de Engenharia de Alimentos (UNICAMP). 
Na palestra sobre defensivos agrícolas, o Dr. Edivaldo Domingues Velini (Unesp), lembrou que de 2018 a 2050 o consumo mundial de alimentos aumentará em 60%. Para dar conta desta demanda a biotecnologia é essencial, e pode ser usada de maneira eficaz e segura à saúde humana e ao meio ambiente. 

A falta de entendimento no uso dos transgênicos ofusca sobre sua utilização, que pode ser uma das soluções para a fome no mundo. Ainda, de acordo com Dr. Edivaldo, no Brasil, 83% de todos os transgênicos são voltados a agricultura e pecuária, setores mais representativos da economia no país. “Existe mais tecnologia em uma colhedora de café do que em um carro”, ressalta Edivaldo. 

Outra ocasião na qual a química está presente são nos aditivos alimentares, como foi abordado pela Drª Adriana Arisseto (UNICAMP). Por definição, um aditivo alimentar é qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais. “A segurança dos aditivos é primordial. Isto supõe que antes de ser autorizado, o uso de um aditivo em alimentos deve ser submetido a uma adequada avaliação toxicológica. Os aditivos alimentares devem ser mantidos em observação e reavaliados quando necessário, caso se modifiquem as condições de uso”, afirmou ela. 

O International Life Sciences Institute (ILSI) é uma organização mundial sem fins lucrativos, formada majoritariamente por pesquisadores e acadêmicos de renomadas instituições, cuja missão é promover ciência que melhore a saúde e o bem-estar humanos e proteja o meio ambiente. No Brasil há 28 anos, o ILSI Brasil une esforços de cientistas nas áreas de Nutrição, Biotecnologia e Avaliação de Risco. É um fórum permanente de promoção à diálogos abertos e cooperação, realizados por meio das Forças-Tarefa, que são linhas de frente de pesquisa do ILSI Brasil e desenvolvem e executam ações dentro de focos específicos.

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