ESPECIAL – Febre Aftosa: balanço positivo da vacina bivalente de 2 ml

“A vacina de 2 ml foi desenvolvida pela indústria veterinária em tempo recorde, objetivando atender à solicitação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e não ser um obstáculo ao cronograma do Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (Pnefa). Ficamos extremamente recompensados pelo feedback dos produtores, pois a vacina bivalente de 2 ml representa uma inovação a serviço da pecuária brasileira. Ela é potente, segura e de fácil manejo”. Essa afirmação de Elcio Inhe, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), resume os resultados coletados em campo pela Comissão de Aftosa do sindicado (CAS) e comprova a aceitação dos pecuaristas para com a vacina contra febre aftosa na dose de 2 ml utilizada na campanha oficial de vacinação de maio de 2019, com destaque à qualidade de aplicação e menos reações nos bovinos. 

Emilio Salani, vice-presidente do Sindan, ressalta que a vacina foi desenvolvida em apenas dois anos, tendo exigido pesados investimentos e comprometimento da indústria veterinária. “Foram 85 milhões de doses somente em testes em partidas-piloto. Mais de 1.200 bovinos sensíveis foram utilizados na fazenda de Sarandi (RS), utilizada pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, no Rio Grande do Sul. As indústrias fabricantes investiram US$ 15 milhões para ter a nova vacina”, destaca Salani.

Elcio Inhe ressalta que a indústria veterinária apoia o Plano Nacional de Erradicação de Febre Aftosa (Pnefa 2017-2026), elaborado pelo Mapa, cujo objetivo principal é avançar o status sanitário do Brasil de livre com vacinação para livre sem vacinação, caso em que se situa o Estado de Santa Catarina, que já tem o status de livre sem vacinação.

“A indústria apoia integralmente o Pnefa e concorda com o dr. Geraldo Moraes, diretor de Saúde Animal, do Mapa, quando ele diz que o plano não é simplesmente parar de vacinar contra aftosa, mas substituir a vacinação por ações de segurança e vigilância, dando tranquilidade para os produtores, a indústria, os órgãos governamentais e, por extensão, para todo o País”, constata Salani, frisando que “a indústria veterinária orgulha-se de colocar a vacina na dose de 2ml, diferenciada e de altíssima qualidade, à disposição dos pecuaristas brasileiros, com a certeza de que é a melhor ferramenta para erradicação da febre aftosa no atual momento do Pnefa”.

Indústria – Comemorando a produção pelas indústrias do setor em tempo recorde de mais de 220 milhões de doses da nova vacina aplicadas com êxito na campanha oficial de vacinação deste anoFabricio Bortolanza – responsável pela área de Assuntos Regulatórios da Biogénesis Bagó e coordenador da Comissão de Aftosa/CAS do Sindan – cita a expectativa para outras 100 milhões de doses que serão utilizadas em novembro e afirma: “A vacina de 2ml representa uma importante inovação para a pecuária brasileira. O resultado foi muito positivo, tanto pela qualidade da vacina quanto pelo esforço em não ter faltado produto. Em termos de farmacovigilância, não recebemos nenhuma reclamação ou relato de problemas. Ela é de fácil manejo e bem menos reatogênica, pois, além da retirada do adjuvante saponina, a redução da dose em relação à anterior permite uma melhor seringabilidade, consequentemente uma redução do tempo de aplicação e menos tempo de contato da agulha no animal. O resultado dos investimentos no desenvolvimento dessa nova vacina foi excelente e reforça o compromisso da indústria veterinária com o sucesso Pnfea”.

Bortolanza lembra que a empresa “é a maior provedora de vacinas antiaftosa do continente, tanto que três em cada 10 vacinas antiaftosa aplicadas na América são produzidas pela Biogénesis Bagó. A capacidade anual de produção da empresa é de 200 milhões de doses de vacinas contra febre aftosa, 30 milhões de doses de vacina antirrábica e 100 milhões de doses de vacinas combinadas”.

Os dados foram divulgados durante o Fórum “Vacina Contra Aftosa 2ml – Inovação a Serviço da Pecuária Brasileira”, realizado em 18 de setembro, em São Paulo (SP), que contou com a participação do secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme Tollstadius Leal. Presente, também, o diretor de Saúde Animal do Mapa, Geraldo Moraes, que integrou mesa redonda ao lado de Alcides Torres, da Scot Consultoria; Daniella Bueno, diretora-executiva da Acrimat; Luiz Alberto Pitta Pinheiro, representante da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul); e Mauricio Veloso, presidente da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon).

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