Mario Fortunato*
Os focos de incêndio em áreas rurais são recorrentes em épocas de seca e podem ser um grande problema tanto para produtores como para o meio ambiente. Até o momento, foram registradas quase 122 mil queimadas no Brasil neste ano, segundo monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Quase metade desses focos foram registrados na Região Norte. Não à toa, a Amazônia foi o bioma mais afetado pelo fogo.
Além de incêndios criminosos, há também o risco de queimadas acidentais. Nesse caso, áreas à margem de rodovias com pastagens secas são mais vulneráveis, principalmente na Região Centro-Oeste do País em períodos de estiagem prolongada durante o inverno (de março a setembro). Para evitar incêndios acidentais, é recomendado não deixar objetos metálicos ou cacos de vidros na vegetação, pois eles podem refletir a luz do sol, provocando um efeito de lupa no pasto e iniciando combustão.
Quando é detectado um foco de incêndio, é crucial agir rapidamente para controlar e extinguir as chamas. Para isso, é necessário entender que o fogo depende de três elementos básicos para sua geração: oxigênio, combustão e ignição. O combate requer a eliminação da chama mediante manipulação do aumento ou da diminuição do oxigênio. Isso pode ser feito com equipamentos como atomizadores e sopradores. Um atomizador pode ser usado para lançar areia ou calcário no foco das chamas, impedindo que o fogo se alimente de oxigênio. Já os sopradores são utilizados para lançar um jato de ar na base do incêndio, eliminando o foco. Neste caso, é de extrema importância ressaltar que devem ser utilizados somente sopradores de elevada capacidade e com velocidade de deslocamento de ar acima de 90m/s para que não ocorra efeito contrário de alimentação da chama com oxigênio. Outra alternativa é a realização de aceiros para impedir a propagação do fogo.
Quando o incêndio for controlado e apagado, a preocupação maior é com a recuperação da área afetada. Se o foco ocorreu em área de vegetação nativa, como o cerrado, por exemplo, o ideal é deixar a própria natureza fazer a recuperação do local e apenas monitorar a região para evitar novas queimadas. Entretanto, se o incêndio ocorreu em uma plantação, será preciso uma análise do solo para entender melhor quais são as necessidades nutricionais da cultura afetada.
*Mario Fortunato é gerente de Produtos da Husqvarna para América Latina