Realização conjunta do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Sebrae, Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), Instituto Nacional de Propriedade Industrial da França e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o III Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas – que aconteceu entre 9 e 11 de agosto, na sede do Sebrae Minas, em Belo Horizonte (MG) – foi palco para a entrega de certificados de registro de IG para a Associação dos Produtores de Cacau do Sul da Bahia, relativo ao cacau da região, e para a Cooperativa Mista Agropecuária Witmarsum (Palmeira-PR), relativo ao queijo da Colônia Witmarsum. Com essa entrega, o INPI soma 49 certificações.
As Indicações Geográficas (IG) propiciam a valorização da região, dos produtores e de seus produtos, enquanto as marcas coletivas auxiliam produtos ou serviços no posicionamento de mercado. O evento abrigará painéis sobre o tema, entre os quais está o impacto das Indicações Geográficas no desenvolvimento regional, além de agendas de negócios e feira aberta ao público.
Entre os temas debatidos no evento, destaque para a criação de um selo brasileiro para produtos de Indicação Geográfica, a exemplo do que faz a Europa. Paralelamenteao evento, aconteceram rodadas de negócios, feira de produtos aberta ao público e o lançamento do Catálogo Digital de Indicações Geográficas Brasileiras, com 58 produtos e serviços típicos de territórios brasileiros, como vinho, artesanato, café, mármore, queijo, rendas, calçados, panelas de barro, cacau e aguardente.
Cooperativa Witmarsum
Entregue pelo presidente do INPI, Luiz Otávio Pimentel, o selo de IG, no caso da cooperativa, poderá ser utilizado nos rótulos dos queijos ‘Colonial’ e ‘Colonial com Pimenta Verde’, atestando a procedência dos mesmos como “Queijo da Colônia Witmarsum”. A certificação obtida pela Cooperativa Witmarsum, além de ser a primeira a um produto de indústria de laticínios submetida ao SIF, é a terceira conferida ao produto queijo produzido no Brasil, com as duas anteriores envolvendo dois tipos de queijos artesanais produzidos na região da Serra da Canastra (MG).
Logo após receber o certificado de IG, presidente da Cooperativa, Artur Sawatzky, manifestou sua satisfação pela obtenção da certificação, após um detalhado e minucioso processo de acreditação que durou cerca de quatro anos, dizendo que se trata de uma conquista. “É um fato marcante para a cooperativa, que comprova a prevalência da qualidade dos nossos produtos e a importância da marca Witmarsum”, disse ele. Marca esta que é utilizada em todos os produtos da linha de queijos finos. “A IG delimita a área onde o queijo é produzido à área da antiga Fazenda da Cancela, no município de Palmeira. O registro aponta que a Colônia Witmarsum se encontra na parte oriental do segundo planalto paranaense, não muito distante da escarpa conhecida regionalmente pela denominação de Serrinha, Serra do Purunã e Serra das Almas. A Colônia é cortada pela Rodovia do Café (BR 376) e a BR 277 está à margem direita. É constituída por um território de 7.800 hectares. Em uma latitude 25º25’25” sul e uma longitude 50º00’23” oeste, e altitude de 865 metros”, reforça Sawatzky.