Clima, pragas e doenças nas lavouras, falta de mão de obra ou de mão de obra qualificada, preço dos produtos agrícolas, produtividade e custos operacionais são os principais desafios enfrentados pelo produtor em seu negócio. Os dados são da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), de acordo com a 7ª Pesquisa de Hábitos do Produtor Rural.
Ainda que esteja diante de tantos desafios, o agronegócio continua sendo essencial em um país considerado o celeiro do mundo e com enorme potencial agricultável, principalmente levando-se em consideração o aumento da projeção populacional estimada para quase 10 bilhões de pessoas em 2050, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Desta forma, o jovem produtor assume o desafio de trazer ao agronegócio mais produtividade, sustentabilidade e rentabilidade.
Agora, mais do que nunca, o produtor precisa estabelecer metas, fazer a gestão do seu negócio, programar-se, e traçar planos. O agricultor do presente e, principalmente, do futuro, é multitarefa e empreendedor, pois deve compreender o processo desde os impactos das variáveis do clima até características de produto necessárias à exportação, integrando conhecimentos para fazer a tomada de decisão mais assertiva. A boa gestão é a único controle nas mãos do agricultor.
Para quem busca eficiência no trabalho do campo e na gestão do negócio, tecnologia é fundamental. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), 58,4% do crescimento da produção agrícola no período entre 1975 e 2015 se deve à tecnologia.
E quando o assunto é tecnologia, o jovem agricultor já está conectado. Grupos em mídias sociais, por exemplo, servem diariamente como plataforma para troca de informações, conhecimento e experiências.
Desenvolvidos com tecnologia de ponta, as máquinas e implementos agrícolas também são grandes aliados do agricultor para que ele consiga cumprir a missão de produzir em janelas de cultivo cada vez mais curtas e conquiste, assim, aumento na produtividade. Os usos destes equipamentos permitem economia de mão de obra, têm menos impacto no meio ambiente e proporcionam mais economia e eficiência nas lavouras.
A agricultura de precisão é outro recurso aliado do jovem do campo e não pode ser visto como uma tendência para o futuro, e sim como uma realidade para suprir as necessidades atuais do segmento. Os aparatos tecnológicos permitem uma mudança de ponta a ponta na produção agrícola, desde um plantio mais ágil, passando por uma aplicação de defensivos mais eficiente, até uma colheita de alta qualidade, ajudando o produtor a tornar o plantio mais rentável.
Inovações tecnológicas, portanto, são grandes aliadas do produtor. Agora, a agricultura de precisão se tornou agricultura de decisão, ao tornar possível uma inteligência de dados e informações obtidas por meio de plataformas digitais para, desta forma, contribuir com decisões de negócio mais assertivas.
Para quem busca maior segurança na administração da propriedade, a diversificação do negócio e de culturas é dos caminhos, além da adoção de inovações tecnológicas. A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), por exemplo, é uma opção de sistema produtivo sustentável e lucrativa, que consiste no uso eficiente de recursos ao integrar a produção agrícola, pecuária e florestal dentro de uma mesma área de cultivo. Deste modo, a iLPF ajuda na manutenção da biodiversidade e de nutrientes do solo, além de diversificar a produção e oferecer maior flexibilidade ao agricultor.
Além do que foi anteriormente mencionado, o jovem produtor também precisa levar em consideração os valores dos produtores mais experientes, que já enfrentaram diversas volatilidades do setor, possuem a sabedoria e vivência adquiridas durante o tempo e já passaram por desafios diários e externos, como clima, precificação dos produtos no mercado, instabilidades na macroeconomia e por entraves políticos.
Ser produtor rural é uma profissão árdua, mas honrosa e capaz de trazer grandes recompensas. O jovem agricultor tem um mundo de possibilidades em suas mãos.
Texto originalmente publicado no jornal Zero Hora (Porto Alegre-RS), de 12 de janeiro de 2019