Agosto deve marcar a entrada no mercado de um novo produto resultado do investimento e da confiança na capacidade de adaptação de culturas ao meio ambiente brasileiro. Trata-se de azeite de oliva produzido com azeitonas cultivadas no Rio Grande do Sul, mais especificamente em Campos de Cima da Serra.
Cultura ainda incipiente no Brasil – segundo a Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive) o cultivo comercial de olivas (azeitonas) no país data de 2008 – exige persistência para apresentar resultados: as plantas começam a produzir a partir de cinco anos e atingem a maturidade depois de 10 ou 12 anos e podem dar frutos por até 500 anos, dependendo dos cuidados do produtor.
Mesmo pouco divulgada, a cultura apresenta safras recordes a cada ano, com consequente reflexo na produção de azeite. Em 2017, estatística divulgada pela Assoolive mostra que a extração de azeite superou em 420% o volume registrado no ano anterior e dobrou em relação a 2015, quando foram comercializados 25 mil litros do óleo. A entidade congrega mais de 40 olivicultores, em 26 municípios, localizados nos Contrafortes da Mantiqueira, nos Estados de Minas Gerais e São Paulo, com 800 hectares plantados contendo 400.000 plantas de oliveira. A atividade se expande também para municípios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
A produtividade da cultura vem crescendo, e possibilita a extração de 10 quilos de azeitonas de uma árvore madura, volume muito aquém do registrado na Espanha, maior produtor de azeite do mundo, que gera 35 quilos. Como cada litro de azeite produzido demanda cinco quilos do fruto, somadas as duas regiões brasileiras que se destacam no cultivo, produzem, anualmente, algo em torno de 100 mil litros.
Buscando contribuir para a expansão desse mercado, uma nova marca de azeite nacional está surgindo: é a RAR, reconhecida pela produção de maçãs, queijos e vinhos e que, de acordo com seu diretor-superintendente, Sergio Martins Barbosa, “para entrar no segmento, vem trabalhando há pelo menos cinco anos em ações focadas no desenvolvimento e no cultivo experimental de oliveiras de três variedades. O azeite produzido é um assemblage com acidez inferior a 0,2%, o que o coloca no mesmo patamar dos melhores azeites extra virgens do mundo”.
“O lançamento deste novo produto reafirma o DNA de pioneirismo da RAR, ao cultivar e extrair azeite oliva extra virgem na região dos Campos de Cima da Serra”, reforça Barbosa, ao informar que “os azeites que até então eram comercializados pela RAR resultavam de parceria com uma produtora do Chile, mas era um desejo antigo, do idealizador da marca (Raul Anselmo Randon), de lançar azeites a partir de produção própria. Trabalhamos muito em pesquisa e desenvolvimento do produto e, agora, estamos prontos para apresentar ao mercado esta novidade”.
Crédito da foto de capa (Vista dos olivais da RAR, em Muitos Capões/RS): Yhuri Ramos