Para o Brasil ter sucesso no mercado de carbono, é necessário, primeiramente, haver uma estruturação legal e uma regulamentação clara e transparente do setor, acompanhada do cumprimento da lei. A segunda premissa é integrar toda a cadeia do agronegócio: fornecedores, produtor rural, consumidores, investidores, indústria de processamento, sistemas de varejo e logística, institutos de pesquisa, universidade e entidades setoriais. A avaliação é do presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Marcello Brito, que será o anfitrião, juntamente com o CEO da B3 A Bolsa do Brasil, Gilson Finkelsztain, do 20º Congresso Brasileiro do Agronegócio, que acontecerá no dia 2 de agosto e abordará o tema central Nosso Carbono é Verde.
Em sua ponderação, Brito reforçou o papel de todas as instâncias de governo nessa estruturação, da iniciativa privada para a movimentação do mercado, das cooperativas para o acesso das tecnologias pelos produtores de menor porte e das universidades para o desenvolvimento de ferramentas mais simples e diretas. “Nesse universo de ganha-ganha, o agronegócio brasileiro tem um mar de oportunidades para expandir seu comércio internacional e abrir novas frentes de negócio. Uma política bem estruturada permitirá ao país dar um novo salto em sua produção agroambiental”, ressaltou Brito, durante a live Carbono: O Novo Produto do Agro, promovida pela revista Globo Rural, no dia 2 de julho.
Segundo o presidente do Conselho Diretor da ABAG, o país já produz e é exportador de uma série de produtos carbono zero ou carbono positivo. Contudo, para avançar, é fundamental que a regulação do mercado interno esteja alinhada e integrada aos acordos internacionais, que devem ser estruturados e definidos durante a realização da COP26, em Glasgow, no Reino Unido. “Temos cerca de quatro meses para apresentar uma proposta assertiva na conferência, destacando a relevância para o país em temas como o carbono, os pagamentos por serviços ambientais e a conservação dos biomas naturais”, disse no evento online, que contou com a participação do presidente da Embrapa, Celso Moretti; que pontuou que o Brasil tem tecnologias importantes para mitigar a emissão de carbono, e do diretor de Sustentabilidade da Bayer, Eduardo Bastos, que estimou que é possível sequestrar 500 milhões de toneladas de carbono apenas no agronegócio.
Sobre a edição deste ano do Congresso, Brito ressaltou que o evento online vai discutir o tema do carbono no agronegócio e na área de energia. Ele recordou que existe um gap de conhecimento a respeito desse tema, portanto, a necessidade de se ampliar esse conteúdo. “Precisamos que o setor agroambiental saiba os princípios básicos a respeito do carbono, como as métricas, as tecnologias e os pagamentos de serviços ambientais, a fim de aprimorar nossa produção dentro desse contexto de agenda global”.
O 20º Congresso da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), em parceria com a B3 A Bolsa do Brasil, deverá reunir milhares para tratar dos diferentes aspectos ligados ao mercado de carbono verde em três painéis: Energia Limpa e Sustentável, Brasil Verde e Competitivo, e O Futuro do Agro no Comércio Mundial. As inscrições para participar do evento online estão abertas e são gratuitas no site oficial.
O GestAgro 360° é apoiador de mídia do evento.