O Balanço de Desempenho do Crédito Rural, divulgado pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 7 de junho, mostra que o total das contratações de crédito rural na atual safra, de julho de 2021 até maio deste ano, alcançou R$ 252,46 bilhões. O valor está 18% acima do computado no mesmo período da safra passada e supera o que foi disponibilizado para a atual safra por ocasião do anúncio em junho de 2021, de R$ 251,2 bilhões.
Isso ocorreu porque, no decorrer do ano-safra, a disponibilidade de recursos e a concessão de financiamentos nas fontes livres e controladas, mas não equalizadas – a exemplo das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e dos Fundos Constitucionais, respectivamente -, superaram as expectativas.
O fato de os financiamentos de custeio com recursos subvencionados, no âmbito do Pronaf, não terem sido suspensos, possibilitou o aumento de 41% no total das contratações de custeio dos produtores familiares, situando-se em R$ 22,58 bilhões.
As contratações de crédito de comercialização também tiveram acentuado crescimento (43%), atingindo R$ 30,9 bilhões, pelo fato de serem realizadas com recursos livres.
O diretor da Política de Financiamento ao Setor Agropecuário, Wilson Vaz de Araújo, destacou a importância da LCA para o funding do crédito rural, sobretudo para os grandes produtores, pois a utilização de recursos dessa fonte, cujas taxas de juros são livres, aumentou de R$ 33,59 bilhões para R$ 49,18 bilhões (+46%), respondendo por 19% das contratações totais.
Segundo ele, tão logo seja autorizada a reabertura das linhas de financiamento de investimentos e de custeio com recursos equalizados, que estão suspensas desde o dia 7 de fevereiro, mais de R$ 20 bilhões devem ser financiados nessas operações até 30 de junho de 2022, quando encerra o Plano Safra em curso.
No que se refere aos programas de investimento, destaca-se o crescimento dos financiamentos no âmbito do Programa ABC (+40%) e do Programa Proirriga (44%), que se situaram em R$ 3 bilhões e R$ 1,06 bilhão, respectivamente. Com a reabertura das linhas, prevista para os próximos dias, o desempenho de desses e dos demais programas de investimentos devem melhorar, na medida em que há volume expressivo de recursos remanescentes nesses programas, cujas contratações estão suspensas.