O agronegócio do Brasil é um dos maiores setores da economia e teve um crescimento recorde de 24,31% no PIB do último ano, além de responder por um terço dos novos empregos no Brasil. No entanto, a modernidade parece não acompanhar como um todo esse movimento positivo. Para se ter uma ideia, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento diz que apenas 23% do território agrícola tem alguma conectividade. E este tema é o foco do nono episódio da Agrishow Labs, a jornada do conhecimento promovida pela Agrishow, que é semanalmente transmitida em seu canal do YouTube.
“Estou no meio de Rondônia e digo que a minha maior preocupação é a conectividade. Temos uma internet de coisas, mas não temos a internet.”, disse Carla de Freitas, empresária e produtora rural que dirige a empresa Agropecuária Bela Vista desde 1997 e introduziu técnicas como Integração Lavoura Pecuária (ILP), IATF, Plano ABC Agricultura de Baixa Emissão de Carbono e um olhar atento para o bem estar animal e a sustentabilidade.
“Hoje a conectividade no campo é gritante e urgente. Aqui nós batemos ponto na fazenda pelo celular, colocamos boton na orelha dos animais para que não tenhamos mais prejuízos de informações, [mas] o campo ainda precisa muito da conectividade para ajudar o agricultor a não desperdiçar água, produtos químicos e tudo que há dentro de uma fazenda. Há muito o que se fazer ainda”, salienta.
Victor Monseff de Almeida Campos, engenheiro agrônomo pela UNESP Jaboticabal e sócio-diretor da RIBERSOLO Laboratório de Análises Agrícolas, disse que apesar de achar que o País precisa ir mais longe na conectividade, se comparado com a maioria dos países, o Brasil esta num movimento de grandeza. Durante o debate, ele trouxe um contraponto do presencial versus o virtual. “Quando olho para o todo, ainda estamos avançados, apesar de atrasados com outros locais. Quando comparo com os maiores players, claro que precisamos ainda chegar lá, mas temos aqui que levar em consideração toda a questão de infraestrutura básica, espaço e grandeza que nosso país tem”, ressalta.
Já Lucas Galvan, superintendente do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Mato Grosso do Sul, destaca os desafios que pandemia impôs ao homem do campo e como isso pôde ser superado através de soluções conectadas na internet. “Nós temos um trabalho de assistência técnica e gerencial a 7.000 produtores, em que mensalmente os nossos técnicos vão às propriedades, que ficou comprometido durante a pandemia. Então a gente desenvolveu todo um atendimento de assistência técnica remoto”, disse. Dentre outras coisas, ele também chama a atenção a questões envolvendo a sucessão familiar no agro durante o debate.
Programação – Ao todo, a Agrishow Labs tem onze episódios semanais, baseados em três macrotemas mensais: A Gestão da Agricultura 4.0 em fevereiro, Novas Tecnologias para o Cultivo em março e Conectividade no Campo em abril, promovendo conversas entre produtores, consultores e CEOs de startups que atuam neste mercado. Os episódios vão até 19 de abril e serão lançados todas as terças, às 19h, no portal da Agrishow e no canal do YouTube da maior feira de agronegócio do País. Todos os episódios anteriores estão com acesso livre.
O GestAgro 360° é apoio de mídia do evento e visita a Agrishow 2022 a convite das empresas que patrocinam o pool de imprensa.