A Docket lançou uma plataforma para otimizar a Cédula de Produtor Rural (CPR) em formato 100% digital. A CPR é um instrumento de financiamento para que produtores rurais, associações e cooperativas possam receber, à vista e de forma antecipada, recursos de venda de produtos, negociações e comercializações na área agrícola.
A novidade dessa legaltech voltada ao fornecimento de infraestrutura para processos que dependem de documentação, de ponta a ponta, por meio da tecnologia, está alinhada com as mudanças promovidas pela Nova Lei do Agro (13.986/2020), com o objetivo de modernizar o crédito rural e facilitar o acesso para o produtor. Entre as medidas, estão a possibilidade de emissão de CPR com assinatura digital com validade jurídica e certificado ICP-Brasil; o registro no Cartório de Imóveis e na CERC via plataforma; e a figura das registradoras autorizadas pelo Banco Central para o depósito das CPRs. Antes limitada à B3 (Bolsa de Valores), com a nova lei, mais instituições financeiras foram habilitadas a serem registradoras de crédito, como CERC e B3. “Desenvolvemos uma solução de ponta a ponta para facilitar e otimizar todo o processo de originação e formalização para a constituição da CPR”, destaca o CEO da Docket, Pedro Roso.
“A CPR Docket é fundamental para que esse processo ocorra de uma forma melhor e permita ao usuário focar no seu core business, sem preocupações com burocracias”, diz Rodrigo Lopes, CTO e Co-founder da Docket. “Há décadas as pessoas operam desta forma, com os processos ocorrendo manualmente, de forma descentralizada e morosa. A CPR permitirá que a tecnologia atue como solução para estas questões”, comenta.
Como funciona O processo de obtenção da CPR envolve três etapas: documentação, garantias e registro. Para dar seguimento à operação de abertura de crédito por meio da CPR, o time comercial do banco, trading ou cooperativa pede uma série de documentos e certidões ao produtor rural, que deve realizar toda a busca de documentação em diferentes órgãos, um trabalho complexo e custoso, que muitas vezes leva o produtor a desistir do crédito. A segunda etapa está relacionada ao gerenciamento pelo time comercial da documentação, que deve ser encaminhada para a área jurídica fazer a sua análise, tarefa trabalhosa e suscetível a erros e riscos de fraudes. A última fase vem após o diagnóstico positivo sobre as análises, quando se formula a CPR e o valor do financiamento é formalizado, além dos prazos e meios de pagamentos. Por fim, os documentos vão para a assinatura de todas as partes envolvidas e seguem para as empresas registradoras. Veja no exemplo a seguir:
Segundo Roso, tantos pré-requisitos podem dificultar o desenvolvimento da negociação, por conta de dificuldades como as longas distâncias entre fazendas e cartórios, diferentes valores cobrados para cada documento e até mesmo conseguir organizar e resgatar a documentação solicitada. “Esses processos podem ser otimizados com o apoio de tecnologias aptas à busca, organização e padronização de documentos”, explica o CTO.
Com a tecnologia da Docket, o financiador consegue fazer toda a operação, assinatura e reconhecimento de forma 100% digital, desde a busca pela documentação do produtor à possibilidade de indicar recebimento de parcelas e a liquidação do ativo na central de recebíveis autorizada pelo banco central. Na prática, a CPR funciona como uma promessa de entrega de pagamento futura, semelhante ao financiamento de crédito, voltado ao agronegócio. “Com a infraestrutura da Docket, a contratação da CPR se torna muito mais ágil e simplificada, facilitando o acesso à essa linha de crédito tão relevante para o desenvolvimento do agronegócio no Brasil, de ponta a ponta”, completa o CEO.