Bioeletricidade cresce 15% e contribui para a diversidade da matriz energética brasileira

Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) mostram que o volume de bioeletricidade gerado em maio deste ano foi o maior dos últimos cinco anos para o período, tendo crescido 15% desde 2016 e atingiu 4.255 MW médios. Esse montante gerado pelas termelétricas a biomassa, que usam o bagaço da cana-de-açúcar como principal matéria-prima, também representou 33% da oferta de energia produzida por todas as usinas térmicas no mês. O bom desempenho do segmento exemplifica o quanto o setor sucroenergético pode contribuir para garantir a diversidade de matriz energética do País.

O entendimento da CCEE vai ao encontro do Ministério de Minas e Energia – MME, que publicou no Diário Oficial da União no último dia 22 de junho a Portaria 527, abrindo para consulta pública diretrizes para oferta adicional de geração de energia elétrica proveniente de usinas termelétricas a biomassa.

A oferta adicional será utilizada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) para atender a demanda do Sistema Nacional Interligado (SIN), desde que a operação seja aprovada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE, do qual a Câmara de Comercialização também faz parte.

A Portaria restringe o processo de ofertas aos agentes adimplentes com as obrigações setoriais, inclusive junto à CCEE, e permaneceu aberta para consulta até 29 de junho. A geração, que será considerada garantia de suprimento energético, poderá ocorrer por período mensal, até o limite de seis meses.

“Estamos avançando na discussão de temas que visam mais confiabilidade e eficiência para o setor elétrico. O segmento de bioeletricidade tem potencial para crescer mais no Brasil, primeiro pela sua relevância em termos de sustentabilidade e segundo, e não menos importante, pela sua capacidade de contribuir para o fornecimento de energia elétrica em cenários de hidrologia mais desafiadores”, comenta Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE. De 2016 para 2020, o número de usinas de biomassa passou de 264 para 297, aumentando a capacidade instalada de 12.499 MW para 13.419 MW. Neste período, a geração de megawatts médios anual passou de 2.718 para 3.127, avanço de 15%.