Soja e amendoim são destaques em levantamento de safra paulista

O terceiro levantamento da Previsão e Estimativa de Safra para as principais culturas do Estado de São Paulo, realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), apresenta os números finais da safra agrícola 2019/20 das culturas anuais: algodão, amendoim, arroz, feijão da seca, milho primeira safra, soja.


A tendência de expansão territorial da cultura da Soja, iniciado na safra 2008/09, se mantém. O produto encerra esta safra com aumento de área (2,7%), alcançando 1.101,3 mil hectares. A produção cresceu 18,3%, recorde ao alcançar 3,8 milhões de toneladas em 2019/20, e a produtividade foi 15,2% superior a obtida no ciclo anterior. Ressalta-se que este rendimento por hectare é o maior dos últimos 20 anos.

Com a rentabilidade sustentada por um mercado favorável, tanto no âmbito doméstico quanto no internacional, a cultura se converte em boa opção para o produtor. As regiões de Itapeva, Assis, Ourinhos e Avaré produzem juntas, aproximadamente, 52% do volume estadual, afirmam Felipe Camargo, Carlos Fredo, Carlos Bueno, Celma Baptistella, Denise Caser, José Alberto Angelo, Maximiliano Miura, Paulo Coelho e Vagner Azarias Martins, pesquisadores do IEA.

Campeão em aumento de área e produção, o Amendoim em grão emplacou uma produção de 624,8 mil toneladas, na safra agrícola 2019/20. Este resultado reflete um aumento de 33,2% em relação à safra passada, por conta do acréscimo de 22,1% na produtividade agrícola. A região centro-oeste de São Paulo, que abarca Araçatuba, Assis, Bauru, Marília e Presidente Prudente, é a maior produtora do Brasil, em função do clima e a da terra que são favoráveis ao plantio. A região responde por cerca de 35% da produção estadual.

A versatilidade do Amendoim tem chamado atenção de produtores rurais, que aproveitam a entressafra da cana-de-açúcar para cultivar o grão, permitindo a recuperação do solo por meio da fixação de nitrogênio, além do aumento na receita gerada nas fazendas.

Somadas as três safras de Feijão 2019/20, águas e secas (ambas encerradas) e a de inverno (encerra em setembro), a estimativa da produção paulista é de serem colhidas 225,7 mil toneladas, -25,7% em relação à safra 2018/19, por conta da redução de área plantada.

O levantamento de junho traz os números finais da safra do Milho. As estimativas indicam uma redução 12,1% da área produtiva para 1ª safra, que ficou em 352,8 mil hectares. A produtividade 2,1% superior não foi suficiente para evitar a queda de 10,2% na produção, que somou 2,278 milhões de toneladas. De forma geral, a produção transcorreu sem oscilações climáticas que pudessem interferir negativamente no resultado e, com isso, a produtividade desta safra se posicionou acima da média dos últimos 10 anos (101,1 sc./ha). As regiões de Itapeva, São João da Boa Vista e Itapetininga, juntas, somam quase 40% da produção paulista.

Apesar do aumento de 2,1% na área dedicada à produção do Milho Segunda Safra (safrinha), que ficou em 484,1 mil hectares, as estimativas indicam queda expressiva na produção comparativamente ao ciclo anterior (-14,2%), com produtividade menor em 15,9%.