A implementação de uma solução de internet banda larga em uma propriedade agrícola traz benefícios múltiplos, nem sempre quantificáveis. Além de facilitar a gestão da propriedade, com o uso de soluções tecnológicas diversas, favorece que o dono da fazenda se comunique com seus funcionários e fornecedores, permite o engajamento da nova geração à vida rural, assim como o acesso a informações gerenciais em tempo real, entre muitos outros benefícios.
No âmbito da conectividade no campo, há muitas soluções, algumas mais ou menos adequadas a situações específicas ou gerais. 4G de 700 MHz, radiofrequência, satélite, LoRa, são algumas das bases tecnológicas disponíveis, todas com características e funções específicas, mas que, no final, inserem o campo no mundo digital on-line.
A internet banda larga via satélite é uma opção. Entre esses proprietários que utilizam a tecnologia está Nelci Mainardes, pecuarista, presidente da Associação Paranaense de Gado Jersey, dono de uma fazenda em São José dos Pinhais (PR), que, entre outros benefícios, aumentou a produtividade na gestão da fazenda devido à internet banda larga via satélite.
“Tenho dois pontos, um residencial e um no escritório em Curitiba, instalados há cerca de quatro anos, sendo que há menos de dois anos utilizo também para monitoramento dos animais em Castro”, resume Mainardes, que possui 280 animais, sendo 110 em ordenha, novilhas, bezerros e vacas secas. Cooperado da Castrolanda Cooperativa Agroindustrial tem produção diária de 2,5 mil litros.
As soluções rodam na infraestrutura da HughesNet e atendem um barracão grande, com as vacas em lactação, um barracão com 14 vacas de exposição, e um outro de pré-parto, permitindo, assim, “monitoramento no pré-parto, pós-parto e lactação, via colar com sistema de gestão (CowMed) que pode ser acessado pelo celular”, comenta o produtor.
“Se eu ligar o computador já dá os alertas das últimas 24 horas, no celular, é full time. São três tipos de alerta: cio, monitoramento de comportamento e animal necessitando ser examinado. Dessa forma, resolvemos muitos problemas de identificação de saúde animal e melhoramos em 90% a taxa de prenhez no primeiro serviço”, resume, frisando que a solução implementada sobre a infraestrutura de internet banda larga via satélite também permite identificar problemas com o parto.
Os resultados permitem a Mainardes a elaboração de planos, como a integração de sistema de monitoramento de segurança física por câmeras dentro dos barracões e na casa. Além disso, tão logo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorize o controle oficial do leite pelo próprio produtor, o sistema de ordenha será integrado ao de monitoramento dos animais, garante.
Internet via satélite – A Hughes – com 50 anos de Brasil, focada em telecomunicações via satélite – investe em internet banda larga via satélite há algum tempo. Para atender áreas remotas, afastadas dos grandes centros urbanos, em 2016, a empresa lançou os serviços HughesNet, transferindo para cá a experiência obtida no mercado norte-americano onde conta com 1,1 milhão de assinantes.
Em quatro anos, a empresa contabiliza resultados atraentes: dos 5.565 municípios brasileiros, a Hughes está presente em 5.100, atendendo mais de 95% da população brasileira em torno das capitais e dos grandes centros.
De acordo com seu presidente, Rafael Guimarães, são 250 mil assinantes, sendo mais de 80% em áreas rurais. Além disso, 50% da base se declara produtor rural.
O serviço – O HughesNet consiste, basicamente, em uma antena parabólica conectada a um satélite; disponibiliza planos de 10 a 25 Mbps e permite, inclusive, a integração de sistemas com LoRa ou /WiFi à banda larga via satélite. O custo mensal da assinatura depende do plano (velocidade) e da região, mas situa-se na faixa de R$ 179,00 a R$ 349,00.
O objetivo – frisa Guimarães – é “facilitar a gestão da propriedade, favorecendo que o dono da fazenda se comunique com seus funcionários e fornecedores em campo”. Benefício decorrente da conectividade é o engajamento da nova geração no campo assim como o acesso a informações gerenciais em tempo real.
A Hughes trabalha com satélites dedicados. Apenas no Brasil são três e, até 2021, mais um entrará em órbita.