A ciência química tem um papel fundamental no gerenciamento de áreas contaminadas, uma vez que as concentrações de certas substâncias químicas encontradas nestes locais extrapolam os limites de segurança à saúde humana ou meio ambiente, indicando a existência de um risco potencial.
Com isso, segundo o químico Juliano Almeida, diretor executivo da Oxi Ambiental, é preciso conhecer as propriedades físico-químicas e o comportamento desses contaminantes químicos para definir a melhor estratégia para remediação desse espaço. “Em uma analogia, a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”, disse o participante da BW LIVE: Inovação em Remediação Ambiental, transmitida pelo @bwexpo no Instagram, no dia 22 de julho.
E, quando há a necessidade de remediação, Almeida defendeu a utilização de processos, técnicas e tecnologias químicas, que são as mais utilizadas em países do Hemisfério Norte, como os Canadá, os Estados Unidos e as nações da União Europeia. “O procedimento químico para tratar uma área contaminada, que possui várias substâncias químicas, permite alcançar um resultado mais efetivo em menor tempo”, explicou.
Essa técnica permite, por exemplo, realizar a degradação do contaminante. “Através de reações químicas, fragmentamos sua molécula, transformando-a para deixar de ser um contaminante”, ressaltou Almeida. Como resultado, não será necessário transferir o contaminante para outro local nem expô-lo em outras áreas.
Apesar desses benefícios, no Brasil, a técnica ainda é pouco utilizada. Na avaliação do diretor executivo da Oxi Ambiental, a principal dificuldade está ligada justamente ao uso de tecnologias efetivamente químicas. Outra questão é a competência técnica, uma vez que por ser uma ciência e envolver tecnologias, que têm muitas variáveis e que influenciam o resultado, pode haver uma dificuldade em sua execução. Atualmente, dependendo da gravidade e do tipo de contaminante, no país, se utilizam técnicas combinadas.
Durante a BW LIVE, o apresentador Vagner Barbosa, responsável pelo marketing da BW Expo, Summit e Digital 2020, perguntou à Valente sobre o desenvolvimento desse segmento no país. Ele mencionou que está havendo um avanço na preocupação ambiental e no conhecimento sobre o tema. Ademais, há uma proatividade, uma cobrança da sociedade e os órgãos têm sido importantes para fiscalizar e punir aqueles que não cumprem a lei.
Contudo, a seu ver, ainda existem por todo o país, áreas com muitos passivos ambientais. Isso porque o território nacional é muito extenso e as realidades das regiões e estados são bem distintas. Valente citou o exemplo de São Paulo e de Minas Gerais, que possuem órgãos ambientais exigentes com uma equipe técnica altamente capacitada. Mas, comentou que em alguns locais há uma falta de fiscalização que faz com que nem sequer se saiba se existe alguma contaminação nas áreas.
Para mostrar os momentos distintos vivenciados no Brasil, Valente comentou que o Estado de São Paulo começou a fazer muitos estudos sobre postos de combustíveis no início dos anos 2000, uma vez que os tanques subterrâneos, além de ter a degradação natural, se encontram em um meio úmido, que vai acelerar a oxidação e a decomposição do tanque. E, quando isso ocorre, se nada for feito, tem início o lançamento de contaminantes. “Hoje, esse tema já está bem definido e o órgão ambiental tem trabalhado outros temas. Porém, há lugares que estão começando a ver esse tema agora”, finalizou.
A íntegra da BW LIVE: Inovação em Remediação Ambiental está no Canal da Sobratema no Youtube.
BW 2020 – A BW Expo, Summit e Digital 2020 – 3ª Biosphere World é o único evento multidisciplinar do mercado direcionado exclusivamente às tecnologias voltadas à sustentabilidade do meio ambiente. Uma das propostas da BW 2020 é trazer os assuntos prioritários da sustentabilidade do meio ambiente para o mercado. Dessa forma, para abordar com profundidade esses temas, o evento conta com os Núcleos Temáticos, que irão conectar redes específicas, compartilhar conhecimento e ampliar as conexões das empresas e profissionais, gerando sinergias e oportunidades de negócio para todos. São eles: Agronegócio Sustentável, Conservação de Recursos Hídricos, Construção Sustentável, Economia Circular, Reciclagem de Resíduos na Construção, Transformação Energética – Hidrogênio, Valorização de Áreas Degradadas e Waste-to-Energy.