Cresce por parte das empresas e cooperativas junto aos fornecedores a exigência de laudos de funcionalidade para adjuvantes agrícolas. Como reflexo dessa postura, o programa Adjuvantes da Pulverização, sediado em Jundiaí (SP) começa este mês a empreender análises técnicas e de qualidade, para certificar a funcionalidade de adjuvantes agrícolas comercializados no Brasil.
A iniciativa, como destaca pesquisador científico Hamilton Ramos coordenador do programa, resulta de parceria entre o setor privado e o Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Toda a infraestrutura do programa está ancorada em laboratório avançado e na experiência de profissionais especializados, está concentrada no CEA-Jundiaí. “Além de estudos sobre a funcionalidade, o laboratório está apto a auxiliar empresas a desenvolver formulações ou redefinir posicionamentos para formulações existentes”, diz Ramos, explicando que o conhecimento específico sobre a funcionalidade desses produtos pode resultar na eficácia ou no insucesso de tratamentos de lavouras contra pragas, doenças e plantas invasoras.
Investimento do produtor
Ramos explica que adjuvantes agrícolas constituem produtos adicionados à calda de agroquímicos no momento da aplicação a campo. “Adjuvantes apresentam efeitos do tipo espalhante, umectante ou penetrante, por exemplo. Um produto do gênero mal formulado, altera características e propriedades de um agroquímico. Interfere na deriva, no espalhamento, tamanho de gotas e pode pôr a perder o alto investimento do agricultor no controle de doenças, pragas e plantas daninhas.”
“Já os adjuvantes agrícolas adequados, produzidos com especificações precisas, são fundamentais ao êxito da agricultura. Eles potencializam a eficácia dos agroquímicos, contribuem na transferência de produtividade e rentabilidade à colheita. A questão central está na seleção dos produtos que de fato entregam as funcionalidades descritas em rótulos”, continua Ramos.
Ainda conforme o pesquisador, adjuvantes agrícolas vendidos no Brasil não contam com registro oficial expedido por órgãos reguladores, como ocorre com os agroquímicos. “Vem daí a necessidade de o próprio mercado de adjuvantes encontrar mecanismos de autorregulação e agregados de credibilidade. Esta visão estimulará a adesão do campo a produtos cuja qualidade e funcionalidade sejam comprovadas e certificadas. Ganhará o fabricante, ganhará o agricultor, ganhará o agronegócio”, finaliza Hamilton Ramos.
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