Criação de suínos tem alto potencial de produção de biogás e biometano, em São Paulo

A coleção de mapas interativos Biogás, Biometano e Potência Elétrica em São Paulo, lançada recentemente por uma equipe de pesquisadores do Fapesp Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI) – coordenada pela professora Suani Coelho, que também lidera o Grupo de Pesquisa em Bioenergia (GBIO) do Instituto de Energia e Ambiente da USP – aponta que os dois maiores potenciais no Estado para obtenção de biogás e biometano a partir de resíduos da criação de suínos estão nas regiões administrativas de Sorocaba e Bauru, mais especificamente nos municípios de Itu e Agudos.

Os mapas apresentam as estimativas dos potenciais de produção de biogás e biometano no Estado, e o potencial elétrico a partir do biogás, por município, de acordo com três grandes fontes de obtenção: resíduos de criação animal, resíduos urbanos e setor sucroalcooleiro. Itu e Agudos poderiam gerar quase 2,8 milhões de m3 de biogás, que torna possível gerar um total de 6,4 GWh/ano de energia elétrica, representando 13% do potencial total de geração de energia elétrica com resíduos de suinocultura para o Estado. Nestes dois municípios, com a energia elétrica gerada a partir do biogás dos resíduos de suínos, seria possível suprir aproximadamente 41% do consumo de energia elétrica no meio rural no município de Agudos e 8 %, em Itu.

Caso o biogás fosse transformado em biometano, juntos, os dois municípios poderiam gerar 1,9 milhões de m³/ano de biometano a partir de resíduos da criação de suínos. Para ao município de Itu, a quantidade de biometano gerada seria suficiente para triplicar o número de residências atendidas hoje com gás natural e, para o município de Agudos, poderia atender aproximadamente 2.500 residências, uma vez que não há atendimento de gás natural residencial no município. 

Segundo o relatório do RCGI, “quando se comparam os potenciais de aproveitamento energético das três fontes acima, o setor de criação de suínos apresenta o menor potencial de aproveitamento de biogás e demais energéticos. Ainda assim, seu potencial é expressivo. Seria possível produzir 21 milhões de m3 de biogás por ano a partir dos resíduos da suinocultura e, se fosse utilizado para produção de biometano, o potencial seria 14,5 milhões de m³/ano, podendo suprir o consumo de gás natural em 66.000 residências do Estado. Além disso, se o biogás do setor de suinocultura fosse utilizado para geração de eletricidade, o potencial seria 49 GWh/ano, sendo capaz de abastecer aproximadamente 21.000 residências”.

O conjunto de mapas, que está em ambiente de manipulação fácil e intuitiva, e pode ser acessado em português ou em inglês.

O Fapesp Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI) é um centro de pesquisa financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela Shell. Conta com mais de 320 pesquisadores que atuam em 46 projetos de pesquisa, divididos em cinco programas: Engenharia; Físico/Química; Políticas de Energia e Economia; Abatimento de CO2; e Geofísica. O Centro desenvolve estudos avançados no uso sustentável do gás natural, biogás, hidrogénio, gestão, transporte, armazenamento e uso de CO2.

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